sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Coréia do Norte - O país mais misterioso do mundo

Esse fim de ano foi bem intenso com várias coisas acontecendo e muita coisa pra fazer e que acabou fazendo sobrar pouco tempo pra dedicar ao blog. E como ficaria impossível retomar os assuntos perdidos em um mês sem postar eu vou dedicar essa postagem a assuntos mais recentes como a morte de Kim Jong-Il.


Segundo fontes oficiais do governo, o "Querido Líder" faleceu vítima de um enfarto fulminante causado por excesso de trabalho físico e mental no que deve ser a última notícia bizarra criada em torno de Kim. Digo isto pois a máquina de propaganda liderada pelo partido comunista norte-coreano é autor das mais bizarras histórias dentre as quais a de que o hambúrguer foi uma invenção do camarada Kim. Confira aqui e aqui alguns fatos bizarros da trajetória política e pessoal do líder norte-coreano


O governo é suportado por um regime fechadíssimo onde a informação de fora pra dentro como de dentro para fora é controlada com mãos de ferro por um dos maiores exércitos do mundo.

Anunciada a morte de Kim Jong-Il, o partido comunista já tinha um sucessor, o filho caçula de Kim , Kim Jong-Un que parece ser um ilustre desconhecido para toda comunidade internacional. Sabe-se que Un estudou na Suíça e até mesmo teve um passaporte oficial brasileiro mas com uma identidade fictícia.




Cenas que marcaram o anúncio da morte do líder norte-coreano foi a reação da população. Obviamente as imagens vistas pelo mundo foram cuidadosamente selecionadas pela TV estatal, mas ainda assim impressionam chegando a ser cômicas.


Entrentanto, li um artigo no O Estado de S. Paulo em que experts da cultura socialista norte-coreana afirmam que a reação que parece ser um grande teatro na realidade pode sim ser uma reação espontânea de uma população que sofre muito no dia-a-dia e acredita que a morte de Kim pode indicar a vinda de dias piores para o país. Além disso, os estudiosos ressaltam que a reação espalhafatosa com gritos e choro faz muito parte da cultura confuciana asiática, seja ela na Coréia do Norte como na Coréia do Sul e Japão.


Certamente o futuro desta pequena nação é incerto uma vez que seu futuro é ponto de tensão entre Estados Unidos e China, além de envolver diretamente os vizinhos Coréia do Sul e Japão inclusive com a ameaça de uso de armas nucleares.


Que a vida de Kim Jong Il à frente da República Democrática Popular da Coréia foi marcada por episódios de culto à personalidade e extravagâncias que poderiam ter consequências sérias. Nossa imprensa costuma destacar alguns aspectos da vida do povo norte-coreano como muito sofrida e com privações de todas as ordens. Porém um vídeo do jogador sérvio Petkovic que circulou no Facebook essa semana mostra que às vezes a nossa visão ocidental capitalista de sistemas como o comunista às vezes(ou quase sempre) é muito equivocada e influenciada pelos veículos de informação dominantes. 



E aí quem está pior? Quem não tem acesso à informação?Quem é um regime fechado?

domingo, 18 de dezembro de 2011

Universidade de São Paulo, a 178ª melhor do mundo.

Olá a todos.

Começo minha participação neste blog um tanto atrasado. Isso porque meu primeiro texto será sobre o ultimo semestre da USP, o qual tem me deixado bastante sem tempo pra escrever e cada dia que você para pra escrever é um dia que você se atrasa sobre os acontecimentos desse momento tão conturbado. Decidi escrever esse texto sexta, dia 16, e ainda bem que não deu certo, porque eu não teria como abordar aqui a expulsão de seis estudantes que ocorreram ontem. Serei o mais objetivo possível, mas já adianto que será difícil. Pensei muito sobre como iniciar o assunto, e decidi por uma questão de extrema importância:

Boa parte de nossa sociedade não sabe o que é a USP, e entre os que sabem, a grande maioria tem uma visão bem ruim sobre ela. Isso não é de agora, não veio da ocupação da reitoria. Faz muito tempo que os estudantes da maior universidade do país são vistos como uma elite privilegiada que se considera melhor que o resto do mundo e quer cada vez mais benefícios, sem se importar com as leis ou com o que acontece fora de seus muros. Vejo uma enorme contradição aí: se é a sociedade que mantem a universidade e a sociedade não gosta da universidade que existe, das duas uma. Que se mude a universidade que existe ou que se acabe com ela!

Imagino que para escolher qual dos caminhos seguir seja necessário responder a uma outra questão fundamental: qual o papel de uma universidade?

Uma universidade deve ser um espaço de construção do conhecimento crítico, a vanguarda da sociedade.

Defender isso, ou dizer que se defende isso, é fácil, difícil é entender como fazer isso em meio a um mundo que acredita que a história acabou, que não é mais necessário lutar, que acha que atingimos o mais elevado desenvolvimento a que a sociedade pode chegar, que somos um exemplo de democracia a ser seguido pelo mundo.
Para estar realmente à frente da sociedade, é preciso que esse espaço seja autônomo, que possa ter as próprias regras e pensar livremente se estamos na direção certa. Essa liberdade, esse avanço todo deve começar pela forma de organização e funcionamento desse espaço. Não é possível que uma instituição que se propõe a ser um guia para o resto da sociedade se organize da mesma forma que essa sociedade, muito menos que se organize de uma forma mais atrasada ainda, como acontece hoje na USP.

Também é necessário que, como universitários, disponhamo-nos a integrar os conhecimentos e visões de diversas áreas, não somos uma escolinha de química, de filosofia, ou de cinema, temos ao nosso alcance o pensamento de vários institutos e escolas, que sem duvida são essenciais para entender que pesquisa atende mais às demandas da sociedade a cada momento. É a partir da discussão que devemos decidir qual é o modelo de urbanização que criaremos, vamos nos basear na melhor circulação de automóveis ou de pessoas? Qual modelo de ciência e tecnologia seguiremos, produtos mais rentáveis para empresas ou mais uteis para o meio ambiente e para as pessoas? Qual modelo de imprensa e arte vamos desenvolver, que permita a livre expressão e divulgação ou que doutrine as massas com a visão dos que a controlam? Qual modelo de segurança usaremos, o que permite índices absurdos de criminalidade ou um alternativo que possa trazer mesmo segurança e ser copiado pela sociedade no futuro? Qual modelo de democracia adotaremos, o que não funciona no país, um mais autoritário ou um que represente todas as categorias que fazem a universidade funcionar? Quem será o representante máximo de nossa universidade? Teremos um representante máximo?

Para responder a essas e outras questões candentes da sociedade e poder por em prática os modelos que criamos é preciso que estejamos em contato com a comunidade ao nosso redor e com toda a sociedade. Esse contato deve acontecer por um dos pilares que sustentam a universidade, a extensão. É através dela que devolveremos à sociedade todo o investimento que ela fez em nós. E com certeza, uma universidade com a verba e a infraestrutura da USP pode fazer muito mais pela sociedade do que tem feito.

É por acreditar que esse papel é muito importante e que o desenvolvimento social está extremamente ligado ao desenvolvimento universitário que eu não acho que a decisão mais acertada é acabar com a universidade pública no país. Mas com certeza todos que tem um profundo ressentimento para com a USP tem motivos para isso, e é por isso que ela deve ser transformada e que cada vez mais os movimentos estudantis e sindicais são ao mesmo tempo mais reprimidos e mais necessários.
Olá a todos.

Começo minha participação neste blog um tanto atrasado. Isso porque meu primeiro texto será sobre o ultimo semestre da USP, o qual tem me deixado bastante sem tempo pra escrever e cada dia que você para pra escrever é um dia que você se atrasa sobre os acontecimentos desse momento tão conturbado. Decidi escrever esse texto sexta, dia 16, e ainda bem que não deu certo, porque eu não teria como abordar aqui a expulsão de seis estudantes que ocorreram ontem. Serei o mais objetivo possível, mas já adianto que será difícil. Pensei muito sobre como iniciar o assunto, e decidi por uma questão de extrema importância:

Boa parte de nossa sociedade não sabe o que é a USP, e entre os que sabem, a grande maioria tem uma visão bem ruim sobre ela. Isso não é de agora, não veio da ocupação da reitoria. Faz muito tempo que os estudantes da maior universidade do país são vistos como uma elite privilegiada que se considera melhor que o resto do mundo e quer cada vez mais benefícios, sem se importar com as leis ou com o que acontece fora de seus muros. Vejo uma enorme contradição aí: se é a sociedade que mantem a universidade e a sociedade não gosta da universidade que existe, das duas uma. Que se mude a universidade que existe ou que se acabe com ela!

Imagino que para escolher qual dos caminhos seguir seja necessário responder a uma outra questão fundamental: qual o papel de uma universidade?

Uma universidade deve ser um espaço de construção do conhecimento crítico, a vanguarda da sociedade.

Defender isso, ou dizer que se defende isso, é fácil, difícil é entender como fazer isso em meio a um mundo que acredita que a história acabou, que não é mais necessário lutar, que acha que atingimos o mais elevado desenvolvimento a que a sociedade pode chegar, que somos um exemplo de democracia a ser seguido pelo mundo.
Para estar realmente à frente da sociedade, é preciso que esse espaço seja autônomo, que possa ter as próprias regras e pensar livremente se estamos na direção certa. Essa liberdade, esse avanço todo deve começar pela forma de organização e funcionamento desse espaço. Não é possível que uma instituição que se propõe a ser um guia para o resto da sociedade se organize da mesma forma que essa sociedade, muito menos que se organize de uma forma mais atrasada ainda, como acontece hoje na USP.

Também é necessário que, como universitários, disponhamo-nos a integrar os conhecimentos e visões de diversas áreas, não somos uma escolinha de química, de filosofia, ou de cinema, temos ao nosso alcance o pensamento de vários institutos e escolas, que sem duvida são essenciais para entender que pesquisa atende mais às demandas da sociedade a cada momento. É a partir da discussão que devemos decidir qual é o modelo de urbanização que criaremos, vamos nos basear na melhor circulação de automóveis ou de pessoas? Qual modelo de ciência e tecnologia seguiremos, produtos mais rentáveis para empresas ou mais uteis para o meio ambiente e para as pessoas? Qual modelo de imprensa e arte vamos desenvolver, que permita a livre expressão e divulgação ou que doutrine as massas com a visão dos que a controlam? Qual modelo de segurança usaremos, o que permite índices absurdos de criminalidade ou um alternativo que possa trazer mesmo segurança e ser copiado pela sociedade no futuro? Qual modelo de democracia adotaremos, o que não funciona no país, um mais autoritário ou um que represente todas as categorias que fazem a universidade funcionar? Quem será o representante máximo de nossa universidade? Teremos um representante máximo?

Para responder a essas e outras questões candentes da sociedade e poder por em prática os modelos que criamos é preciso que estejamos em contato com a comunidade ao nosso redor e com toda a sociedade. Esse contato deve acontecer por um dos pilares que sustentam a universidade, a extensão. É através dela que devolveremos à sociedade todo o investimento que ela fez em nós. E com certeza, uma universidade com a verba e a infraestrutura da USP pode fazer muito mais pela sociedade do que tem feito.

É por acreditar que esse papel é muito importante e que o desenvolvimento social está extremamente ligado ao desenvolvimento universitário que eu não acho que a decisão mais acertada é acabar com a universidade pública no país. Mas com certeza todos que tem um profundo ressentimento para com a USP tem motivos para isso, e é por isso que ela deve ser transformada e que cada vez mais os movimentos estudantis e sindicais são ao mesmo tempo mais reprimidos e mais necessários.