segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Pedágios nas Estradas Brasileiras: Mais uma na Conta do Povo

Caros,

Uso o espaço cedido pelo meu amigo Mikhael para falar sobre as estradas e como o governo, tanto federal como estadual, abusa do poder de criar impostos.

É bem verdade que entre as 10 melhores estradas do Brasil, 9 são do estado de São Paulo e estão em praticamente perfeitas condições. Porém a média de valor dos pedágios são extremamente altas. Peguem como exemplo: saí da capital São Paulo rumo a Franca - aproximadamente 400 Km - e paguei a bagatela de pouco mais de R$ 64,00.

Como se já não bastasse o preço absurdo dos combustíveis - nem vou entrar no fato do Governo TENTAR CONVENCER a população a comprar etanol com uma propaganda RIDÍCULA ("""combustível completão""") ao invés de baixar o preço do produto que produzimos - ainda somos obrigados a pagar por transitar nas estradas.

Vejam bem: não sou contra empresas privadas cuidarem da estrutura das estradas, até porque se deixássemos na mão pública, seria um lixo. Porém, se nós pagamos impostos para TUDO nesse país, inclusive esse tipo de infra-estrutura, eu pergunto: por que temos que pagar pedágio?

Se o governo é incapaz de cuidar das estradas brasileiras, deve terceirizar a solução. Mas cobrar a população duas vezes pelo mesmo serviço, aí é demais.

Eu não entendo.

E como o povo brasileiro não sabe protestar, a vida continua...

domingo, 11 de novembro de 2012

Fernando Haddad - A "nova" cara do PT


Com 55,6% dos votos válidos, a capital paulista elegeu Fernando Haddad seu prefeito para os próximos 4 anos numa eleição que podemos dizer que foi (ou será) histórica. Contrariando as pesquisas realizadas no início da campanha, Haddad saiu praticamente do banco de reservas da política nacional para tornar-se o centro-avante de um partido que esperava-se sair enfraquecido com a iminente condenação de seus principais caciques no escândalo do mensalão. Porém, os ventos de Brasília pareceram não ter abalado a força do grande cacique barbudo que saiu  ileso de toda essa história e ainda por cima foi capaz de alavancar a campanha do que parece ser a nova cara do partido. Jovem e de origem não tão humilde como os políticos em geral gostam de se apoiar.

O novo prefeito tem 49 anos e nasceu na capital mesmo e, por coincidência, aniversaria com a cidade que irá liderar, 25 de Janeiro. Seu último cargo público foi o de Ministro da Educação num período conturbado de implantação do novo ENEM como mecanismo de ingresso nas universidades federais principalmente. Sua gestão foi marcada por problemas de vazamento do conteúdo das provas por empresas contratadas para fabrica-las.

Filho de imigrantes libaneses estudou no famoso (e caro) Colégio Bandeirantes ingressando posteriormente na Faculdade de Direito da USP onde iniciou seu ativismo político presidindo o Centro Acadêmico XI de Agosto. Já com grande influência dos ideais de esquerda que ainda existiam na época participou dos protestos das Diretas Já que culminaram com a decadência da ditadura militar.

Tornou-se mestre em economia e doutor em filosofia na USP com trabalhos relacionados às questões sociais. Tem formação muito influenciada pela Escola de Frankfurt que consiste de uma linha neo-marxista que busca adequar as idéias marxistas tradicionais à realidade e desenvolvimento capitalistas do século XX.

Tanto pela formação pessoal quanto acadêmica de Haddad, fica claro que o PT está mudando e se adaptando aos anseios da população que teme e rejeita quaisquer radicalismos ou barbudos mau-humorados, sejam eles de esquerda ou direita. Essa postura popular é histórica por parte dos brasileiros que reelegeram FHC e Lula e fica cada vez mais consolidada com os avanços econômicos das duas últimas décadas. Isso fica ainda mais evidente na locomotiva do Brasil que é São Paulo. É como se diz na terra do futebol: "Em time que está ganhando não se mexe".

Apesar da origem em classe média (alta) e currículo acadêmico, Haddad conseguiu ganhar os votos da periferia em que o PT costuma ter mais força exatamente por explorar a origem humilde do grande símbolo do partido, que é o ex-presidente Lula, e também onde os programas sociais da gestão petista terem maiores impactos.

Resta agora prevermos como será a relação do novo prefeito petista com o governo tucano que lidera o estado praticamente em piloto-automático a quase duas décadas. Em compensação, a parceria com o governo federal foi bastante citada durante a campanha e não deverá ser diferente durante a gestão de Fernando Haddad, resta saber como essa parceria irá se refletir em ações efetivas numa cidade-estado como São Paulo.

Haddad desponta agora como o plano maior do PT para a presidência da República nos próximos anos. Plano que já é executado pelos tucanos através do jovial senador Aécio Neves. Qualquer que seja o resultado da futura disputa, acredito que a política brasileira mudou drasticamente e está acompanhando as mudanças na estrutura social e econômica que demandam pensamentos e figuras novos no cenário.

Meu maior receio, porém, é que os alicerces culturais de corrupção e falta de ética acabem mantendo-se na política nacional.


Bom trabalho ao novo prefeito!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Brasil, um país rico e violento.

Como tudo começou....

Recebi um email com a seguinte mensagem levantando uma discussão:

Hoje saiu a noticia: Ipea divulga "Desigualdade nunca foi tao baixa no Brasil". Eu tinha um post "Pobreza diminui e Violencia aumenta". Que eu me perguntava como pode a pobreza diminuir, classe media expandir e ao mesmo tempo a violencia aumentar? Eu ja acharia errado se ela se mantivesse nos mesmos niveis, mas aumentar só mostra uma incoerencia unica e que a impunidade tem sido o grande problema. Passamos da fase de problemas sociais como fome, desemprego e outros fatores. Entramos na impunidade. Como sempre, esquerdistas, pseudo-esquerdistas e pessoas que não gostam de se rotular assim mas sempre possuem a opiniao da esquerda, justificaram os numeros que eu apresentei como consequencia da "desigualdade no Brasil".Eu me pergunto agora, aonde está esta desigualdade?Acrescento ainda, que a maior tolice é pensar na desigualdade hoje em dia. Nunca tivemos tantas pessoas NO MUNDO passando por mudanças positivas como acesso a saneamento basico e um numero historico vivendo acima da linha de extrema pobreza. Basta pesquisar os numeros. Estão em todos os sites possiveis, desde as bases de dados da ONU, IBGE até veiculos como a Exame.Pela segunda vez deixei o debate aberto para outras pessoas. Normalmente temos esses "convidados".Abraços

A impunidade é um grande problema do Brasil, mas ainda assim precisaria entender melhor o que o autor do artigo define como violência. Digamos que a violência está distribuída em vertentes diversas que precisamos entender para chegar em alguma conclusão. Recomendo o site www.mapa

Por que digo isso? Quando lemos que a pobreza diminui e a violência aumenta parece que temos um incoerência, que pode ou não se justificar através do cenário de impunidade. Entretanto, temos a tendência de, imediatamente, relacionar violência à alguns tipos de agressão. Em outras palavras só associamos violência a matar, roubar ou agredir outra pessoa. 

A violência, contudo, vai além e eu gostaria de destacar a violência no trânsito. Sim!! mortes no trânsito são consideradas nas estatísticas de violência. E aí o contra senso da manchete do artigo fica mais coerente. O expressivo aumento do número de motociclistas que são produto dos avanços econômicos são o exemplo do "Pobreza diminui". Naturalmente, as mortes por acidentes na categoria acompanharam (e superaram) o crescimento da frota já que além de motos, aumentaram também o número de carros e caminhões nas ruas e estradas do Brasil. E aí o resultado natural é: "Violência aumenta". 


Outra consequência do crescimento econômico brasileiro diz respeito à maneira como nosso PIB é transportado pelo território. Na sua maioria, os produtos brasileiros são escoados via rodoviária, o que naturalmente aumentou o fluxo de cargas nas estradas que na maioria dos casos manteve-se nas condições pré "milagre brasileiro". O resultado disso foi um aumento nos acidentes em todo território nacional com destaque para os estados do Norte Nordeste, grandes beneficiados pelos avanços econômicos dos últimos anos.

Não podemos ignorar também o fato de que parte da violência no trânsito também é causada pela falta de fiscalização e impunidade. Porém a questão não é tão simples e não podemos apontar uma causa única, mas sim um cenário onde um dos fatores é a impunidade e ,na minha opinião, não acredito que ela seja a maior dessas causas.

Mas e a violência como vista "tradicionalmente"? Bom, dados do estado de São Paulo apontam uma diminuição drástica nos números de homícidios. É verdade que estamos num período de estagnação e até retomada no aumento das taxas de homicídios. Entretanto os avanços da última década são numericamente incontestáveis. Porém, não foi assim em outras unidades da federação.

Novamente, Norte e Nordeste apontam dados alarmantes em que a impunidade tem papel de protagonista entre as causas dos números observados. Porém, mais uma vez faço uma ressalva. Assim como as estradas não conseguiram adequar sua estrutura à demanda, os rincões brasileiros não conseguiram fortalecer (ou até mesmo instituir) suas instituições básicas e sua infraestrutura. Num Brasil cada vez mais urbano, as periferias em que a presença do Estado é frágil se proliferaram e a lei da bala prevalece como sempre prevaleceu só que em escala maior. 

Pra finalizar, o crescimento econômico seguido de aumento da violência no caso brasileiro é algo que em princípio causa estranheza, mas os dados são muito claros para o entendimento da atual situação. Falta de investimento governamental é uma das maiores causas dessa "incoerência". E neste caso, a direita liberal naufraga nos próprios louros do crescimento econômico, uma vez que o subproduto do avanço do PIB foi uma intensificação de problemas crônicos de infraestrutura e falta políticas sociais por parte do poder público.


Fontes:


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Liberdade de expressão vs. Islã


São notórias as notícias de embaixadas americanas sendo atacadas mundo afora por conta de um filme que expõe e ridiculariza crenças islâmicas. Um diplomata chegou a ser morto na Líbia vítima de um ataque que em princípio pareceu acidental, mas que a inteligência americana classificou como ato terrorista planejado.

Ainda essa semana um pequeno periódico francês publicou charges sobre o profeta Maomé e sobre o islamismo como forma de demonstrar que a liberdade de expressão deve estar acima de tudo. Como consequência, a França fechou suas embaixadas em cerca de 20 países com medo das possíveis represálias por parte das populações daqueles países.

Em geral, as opiniões sobre o assunto convergem para o fato de que não houve bom senso por parte dos autores das publicações já que o mundo Ocidental vive dias de tensão com o mundo Islâmico. Realmente, o que não sobrou foi falta de bom senso antes das publicações. Ainda mais no caso francês que jogou mais lenha na fogueira que já ardia firme. 

Contudo, dizer que há razão nos protestos que pipocam no oriente e que a América deve arder nas chamas é concordar com um pensamento medieval de populações que vivem um atraso educacional imenso. A liberdade de expressão é um direito fundamental apresentado às nações ocidentais desde a Revolução francesa. Houveram percalços e atrasos para alguns (Brasil), mas no geral hoje é possível publicar o que você quiser assumindo as responsabilidades sobre tais publicações. Entretanto aqui no ocidente, caso um grupo sinta-se discriminado, ele resolve as dúvidas morais e éticas nos tribunais. Tá, aí você vai dizer que não é bem assim por aqui. Aqui pode não ser, mas e na França? E na Dinamarca? E nos EUA?

A liberdade de expressão é "sagrada" aqui no ocidente e não pode estar condicionada às possíveis reações exageradas (e orquestradas) por parte das populações de países com maioria muçulmana que em geral são conhecidos por desrespeitarem a liberdade de outras crenças em seus territórios. O atraso deles não pode significar um retrocesso nosso de resolver questões desse tipo através do diálogo. Vale ressaltar que no diálogo as partes tem o direito de expressar livremente suas opiniões como deve ser.





segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Ditador

O título repete o da obra prima de Charles Chaplin. No que eu gosto de ver como uma releitura, Sacha Baron Cohen interpreta uma caricatura do típico ditador de uma república do petróleo localizada nos arredores do Oriente Médio. Ao contrário do original que era mudo, esta versão explora as sonoridades do sotaque de um árabe falando inglês. Entretanto, o mais surpreendente é que o espírito critico se manteve dentro do que foi originalmente proposto como sendo uma comédia. Segue abaixo uma prévia do que esperar no filme. Este trecho não está no filme e deve ter sido feito apenas para divulgação. Simplesmente sensacional!!!!


domingo, 19 de agosto de 2012

Cotas

No início deste mês, o Senado Federal aprovou as novas regras para cotas nas universidades federais. A lei prevê que 50% das vagas seja destinada a estudantes que cursaram 50% do curso em escolas públicas sendo que metade destas vagas serão destinadas à negros, pardos e índios de acordo com as proporções populacionais de cada estado.

Há sete anos atrás com a cabeça de um aluno de classe média recém-formado no ensino médio eu concluiria que isso é uma injustiça que não passa de mais um medida para ganhar votos dos mais pobres. Talvez por trás de toda essa campanha contra o movimento de instituição de cotas estivesse o medo de não ser capaz de retornar a altura todo investimento feito pelos meus pais na minha educação, toda ela em escola particular. Medo de ter que competir em "desvantagem" com outros concorrentes. Eu não enxergava que quem sempre esteve em desvantagem foram eles e que a competição sequer deveria existir.

Felizmente hoje, com mais bagagem cultural e, talvez senso crítico, posso afirmar que a regra é, sem dúvida, justa e está corrigindo anos, senão séculos, de injustiça social no Brasil. Não nascemos hoje e nem nunca nascemos iguais perante ao Estado brasileiro. Posso dizer isso porque aprendi história com bons professores na minha escola particular, o que não é verdade para os beneficiados pelas políticas de cotas adotada pelo governo.

Medidas que busquem igualar e corrigir a curto e médio prazo uma injustiça tão crônica são bem vindas e devem ser instauradas. É necessário porém sempre fazer uma ressalva de que medidas como estas são corretivas e devem ser acompanhadas de medidas de longo prazo como o investimento maciço na educação de base que nunca existiu de maneira universal no Brasil. 

Acredito que estamos alguns anos atrasados quando o assunto é igualdade de oportunidades entre as classes e raças. Porém, histórias como a dos "The Little Rock Nine"  nos lembram de como a intolerância certamente será condenada pelas próximas gerações.



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Brasil e o sonho olímpico

Hoje, 06 de agosto de 2012, em Londres, Arthur Zanetti (anônimo até então) tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha na ginástica artística. Um feito memorável ainda mais tratando-se do Brasil que não possuía tradição no esporte.

Diz-se que no Brasil os atletas são muito cobrados por resultados excepcionais que podem se resumir em ser sempre o primeiro (Rubinho que o diga). Em rodas de conversa é comum depararmos com comentários do tipo: "Foi bem, mas ganhou prata" ou "Nem chegou na final". 

Quando o assunto é o quadro de medalhas é que os comentários descem a ladeira do respeito, principalmente aos outros povos: " Estamos atrás do Cazaquistão!!", "Estamos atrás da Etiópia, não é lá que eles passam fome?". Só para esclarecimento, estamos sim atrás do Cazaquistão simplesmente porque esse país fez parte da União Soviética e ainda colhe(e semeia) frutos de esportes tradicionais no país, geralmente lutas. Sobre a Etiópia, prefiro deixar que cada um chegue a sua própria conclusão sobre um comentário do tipo que transcrevi acima. Todas essas comparações só desmerecem os outros países que com mais ou menos dificuldades competem e conquistam suas medalhas.

O motivo deste post na verdade está na cobrança que os atletas brasileiros têm que enfrentar por parte da população em geral. A mídia, sempre bastante hipócrita, adora mostrar compaixão aos "perdedores" exaltando o espirito Olímpico, mas na verdade só valoriza mesmo quem chega lá, considerando que chegar lá não é estar em Londres competindo, mas sim ocupar o lugar mais alto do pódio.

No fim de semana passado o desempenho (e expressão) do nadador César Cielo foi o retrato da cobrança por parte de mídia e o seu rebanho conhecido também pelo nome povo. A manchete abaixo é a síntese disso tudo:


Certamente esperando manchetes do tipo Cielo declarou logo após a final: 




"Não gostei da minha prova. Sinceramente, achei que podia ter feito melhor, se não tivesse nadado os 100 livre. Estou me sentindo um pouco cansado hoje, então acabou prejudicando um pouquinho, mas dei tudo o que eu tinha que dar, fiz o meu melhor, agora é pensar no futuro"





A pressão que fazemos por resultados excepcionais é uma tremenda injustiça com esses atletas. Primeiro porque a maior parte deles recebeu pouco ou nenhum incentivo por parte do governo que deveria fomentar essas atividades. Está na Constituição (sic). 

"Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um [...]"

Já a realidade é a que vemos em notícias como a abaixo...


O ciclista sem uniforme reserva pode ainda ser considerado um sortudo por ter o primeiro (rasgado) uniforme.

Apesar de tudo, tais fatos me fizeram, relutantemente, concluir que a cobrança que existe sobre os atletas pode até não ser justa, mas é legítima uma vez que ela nasce nos próprios atletas e nos "contamina". Todos eles passaram dificuldades inimagináveis pra mim e provavelmente pra você que lê isso. Os obstáculos vão desde falta de aparelhagem de ponta até coisas básicas como uma refeição (afinal não é só na Etiópia que pessoas passam fome). E por todos esses percalços, a glória do primeiro lugar é o único resultado que faz toda a luta ter valido a pena. E nós, os compatriotas desses guerreiros, sabendo das dificuldades enfrentadas por esses caras torcemos incondicionalmente caindo na desgraça de passar do ponto exigindo somente o impossível ou improvável terminando por desvalorizar méritos abaixo do esperado, a começar pelo 2o lugar. O brasileiro não precisa aprender a perder, mas saber para quem perdeu. E em geral, perdemos para nós mesmos quando não damos os incentivos devidos àqueles que merecem.

Termino este post com uma frase dita em 1994 (seis anos antes de falecer) pelo goleiro Barbosa da seleção brasileira vice-campeã mundial da Copa de 1950:



"Neste país, a pena máxima criminal é de 30 anos. Não sou criminoso e já cumpri dez anos a mais do que isso. Tenho o direito de dormir tranqüilo"





domingo, 24 de junho de 2012

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A Educação e o Liberalismo

Este post é na verdade uma resposta ótimo post Meu antigo post e a utopia socialista


Eu sempre simpatizei com os ideais básicos socialistas de igualdade. Até hoje não sei se escolhi isso por conhecer pouco a fundo as bases deste sistema ou por conhecer demais as incoerências e falhas do capitalismo.

De qualquer maneira, acho que o vídeo abaixo é uma isca intelectual (expressão roubada do Café Brasil) para refletirmos até que ponto o sistema dominante é o ideal, ou é produto natural de anos de uma formação que valoriza o trabalho intelectual acima do artístico ou manual.

Este post não é uma crítica, apenas uma sugestão para o leitor.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Andre Rieu - O Maestro do Povo


Próximo domingo, 2 de junho, assistirei a um espetáculo no qual pela primeira vez sinto ser verdadeiramente fã do artista que irá se apresentar. Posso dizer que musicalmente já testemunhei o lixo e o luxo. Apesar de acreditar que tal definição maniqueísta e preconceituosa para estilo musical  não faz o menor sentido, o leitor, através de tal descrição, entenderá melhor a amplitude do espectro de estilos dos quais pude presenciar apresentações. 

Já assisti show Axé na Bahia, pagode na Praia Grande, jazz no Bourbon Street, Fantasma da Ópera na Broadway e Osesp na Sala São Paulo, óperas no Teatro Municipal. Tudo isso faz parte do meu gosto musical em que o único padrão é não ter padrão.

Muito dessa minha "falta de definição" de um gosto musical tradicional reside no fato de que eu vejo a música, acima de tudo, como expressão artística da qual todos podem usufruir, e a qual todos podem produzir para os mesmos fins: diversão, lazer, dança, alegria, tristeza, sensações.

Por essa razão, aqueles que criticam estilos populares pura e simplesmente por conta da audiência desses estilos esquece que comparados à música erudita, todos os outros estilos são "populares" e de complexidade musical questionável. Isso, entrentanto, não significa que as grandes bandas tem genialidade menor que a de Mozart, Beethoven ou Tchaikowski. 

Por outro lado, há quem acredite que a música clássica está de algum modo acima dos outros. E para propagar essa idéia alguns se munem de excentricidade. Indo direto ao ponto, certa vez fui assistir a OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) na Sala São Paulo (Estação Julio Prestes). Lá tive a infelicidade de ter que aguentar os caprichos de um maestro competentíssimo na arte de conduzir uma orquestra, mas incapaz de tornar um ambiente harmonioso. Numa exigência sobre-humana de um silêncio cósmico, o maestro John Neschling só começou o seu espetáculo após o vento parar de soprar, a madeira parar de estalar, o público parar de respirar. Nunca me senti tão tenso num show em que pretendia relaxar. É claro que o público brasileiro ainda não está preparado para se comportar apropriadamente em público, retrato disso é a incapacidade de desligar um celular, mas houve um exagero excêntrico na postura do maestro.

De qualquer forma eu vim aqui falar do oposto. Conheci o trabalho desse maestro através dos canais católicos que minha avó assiste. No início pensei ser um violinista talentoso que resolvera fazer shows solo de música sacra. Porém o maestro Andre Rieu é um artista capaz de criar e expressar a música com os mesmos fins para os quais acredito que música deve existir.

Numa mistura de musical, show popular, ópera, sinfônica. A Orquestra Johan Strauss regida por Rieu percorre o mundo levando entretenimento para todas as idades e para todos os gostos. Por isso eu gostaria de compartilhar aqui um pouco dessa alegria e dessa expectativa em assistir esse grande artista. 

O vídeo abaixo é de um show em Londres.





terça-feira, 22 de maio de 2012

E agora José

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,

seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?







Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 10 de abril de 2012

Eu não sou essa pessoa.

Mais uma vez venho falar um pouco do Facebook, e o título desse post ilustra o tema desse meu post: "Eu não sou essa pessoa."

Eu acho essas redes sociais legais de várias maneiras. Elas nos mantêm conectados com aqueles amigos que nós acabamos perdendo contato, amigos que compartilham e divulgam idéias novas ou boas velhas idéias que chamam nossa atenção. Em suma, as redes sociais cumprem o papel para o qual elas foram criadas, o de entreter e (em menos vezes) informar.

O que me faz pensar às vezes é que sem querer (ou não) algumas pessoas substituem o mundo virtual do Facebook pelo mundo real.

O primeiro problema de se fazer isso é que serão formados falsos conceitos das pessoas, ou preconceitos baseados pura e simplesmente na interpretação equivocada de palavras ou imagens. Só isso já torna esse tipo de formação de juízo questionável. Talvez isso já tenha acontecido comigo, mas eu gosto de crer que só pelo fato de eu ter detectado este tipo de juízo de valor, eu estou menos propenso a fazê-lo.

O segundo problema é o que mais me preocupa. Ele é na verdade o oposto do primeiro porque acontece quando o(s) individuo(s) forma(m) uma opinião positiva ou favorável de uma pessoa que, no caso, pode ser eu mesmo. Esses dias eu tentei ver meu perfil com uma certa imparcialidade. É claro que é uma imparcialidade limitada, mas de qualquer forma a conclusão que eu cheguei intitula esse post: "Eu não sou essa pessoa".

sábado, 24 de março de 2012

Formatura....

Pois é...a duas horas do início do meu baile de formatura eu venho aqui tentar registrar a sensação desse momento único. O fim de 5 anos de convivência é triste, não há como tentar negar sob falsas perspectivas de encontros futuros que nunca ocorrerão, e que se ocorrerem não contarão com a presença de todas as pessoas que fizeram dos últimos anos os melhores da minha (longa e centenária) vida.

Há quem diga que ninguém é insubstituível, mas eu digo, com convicção que cinco anos foram suficientes para transformar pessoas em seres insubstituíveis e suas ausências notáveis até mesmo num CV lotado de novos bixos que vêm todo ano para que novas boas memórias sejam escritas. No fim, tudo que resta fica aqui, nas lembranças de cada um de nós.

Eu entrei na USP vindo da Unicamp. Lá em um ano fiz alguns bons amigos, mas aqui posso dizer sem medo que fiz quase irmãos. Digo quase porque dificilmente terei a chance de me reunir com todos novamente, ao contrário dos irmãos de verdade.

Ter que celebrar cinco anos em uma noite chega a ser injusto depois de tantos momentos compartilhados juntos. Contudo, essa foi a melhor maneira que a sociedade que divide a vida em fases encontrou para dividir a juventude da "vida adulta". Desta maneira lá vou eu, nascer pra vida adulta e "cortar" laços que pareciam eternos.

Assim como é injusto celebrar toda uma convivência em tão pouco tempo também é injusto só pensar no lado negativo dessa despedida que tem nome de celebração. Por isso eu espero que hoje seja uma noite perfeita com as pessoas perfeitas para que as memórias guardadas hoje sejam as últimas e mais claras do que foram "the time of my life".

Obrigado à todos que fizeram parte dele.






PS: Falta muita gente nessas fotos, mas elas são mto boas!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Abaixo o "Foda-se"

Algumas semanas atrás vi no facebook uma postagem que me fez começar a refletir mais profundamente num comportamento: O comportamento do "Eu não me importo", o popular "Foda-se". A postagem mostrava os seguintes quadrinhos:
Minha primeira reação foi de indignação. Pois o povo brasileiro, que em geral é acomodado/indiferente pra coisas mais sérias como a política em geral, já me deixa desapontado. Mas encorajar mais as pessoas a acharem que não fazem diferença nenhuma, eu achei um absurdo! "Se não quer ajudar, então não atrapalha!" - Pensei, junto com algumas palavras de baixo calão.

Porém outro dia eu vi os comentários do pessoal desse mesmo post e vi que grande maioria falava coisas do tipo "Ahhh se todas as pessoas fossem como esse cidadão, o país seria bem melhor". O que me animou um pouco e me fez desculpar mentalmente o dono do post.

Aí voltei a refletir... Que o que pra mim é desencorajador, pra outra pessoa pode ser encorajador. Que enquanto eu penso que isso vai desmotivar as pessoas a levarem mais a sério a política, pode ser que isso motive outra pessoa a levar a política mais a sério... Como uma psicologia reversa.

Enfim, o ponto que eu queria chegar é que eu tenho a sensação de que a sociedade leva esse comportamento de não ligar, dizer "foda-se", etc. como se fosse normal, sendo até uma coisa legal em certas situações. E isso seria uma das causas que fez o povo brasileiro ser tão indiferente pra tais assuntos.

E claro que temos situações em que ser indiferente é necessário, seria insuportável se importar com tudo que acontece na sua vida. O ideal seria realmente se importar com tudo aquilo em que diretamente ou indiretamente, nós temos o poder de mudar.

E abrindo meu coração, pra mim, tudo isso que falei é meio que uma luta diária, porque é difícil e bem estressante se importar com coisas que parecem bem difíceis de mudar. Tanto que eu fiquei uns meses sem me importar muito. Mas se indignar um pouco é saudável. Ainda mais em ano de eleição. Então vamos nos importar mais.

E para as pessoas que como eu, tem seus momentos de insegurança quanto a um futuro melhor, algumas palavras valiosas e motivadoras para nós:

"Concordo com Dom Quixote: O meu repouso é a batalha." (Pablo Picasso)

E da música Every Teardrop is a Waterfall, do Coldplay:
"...I turn the music up, I got my records on. From underneath the rubble sing a rebel song. Don't want to see another generation drop. I'd rather be a comma than a full stop. Maybe I'm in the black, maybe I'm on my knees, maybe I'm in the gap between the two trapezes. But my heart is beating and my pulses start. Cathedrals in my heart..."

Só espero que essa letra tenha feito o mesmo sentido que fez pra mim. Valeu!

Criando currículo criativo

Este site oferece um serviço de criação de currículos cheios de infográficos tornando-o visualmente bastante atrativo. Vale a pena dar uma conferida.
re.vu:

'via Blog this'

domingo, 11 de março de 2012

Mobilidade Urbana em São Paulo



Como um típico morador de classe média da periferia de São Paulo meu principal meio de transporte é o carro. E como típico motorista, eu perco no mínimo duas horas do meu dia para me locomover de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Duas preciosas horas que poderiam ser aproveitadas para o meu lazer ou então para o meu aperfeiçoamento pessoal ou profissional através de outras atividades. Antes que me venham com o argumento falacioso de que duas horas não são nada para quem perde quatro ou mais eu já adianto: todos temos o direito de buscar uma vida melhor e reivindicar melhorias nas nossas vidas por mais que elas sejam melhores que a de outras pessoas.

Eu moro entre 13 e 16 km do trabalho. Uma distância relativamente curta numa cidade do tamanho de São Paulo e organizada da forma que é, onde as pessoas são obrigadas a se deslocar por 30 ou até 50 km por dia para chegarem aos centros comerciais onde há empregos. Tal distância é percorrida em cerca de 40 minutos na ida e 1h 20 na volta que somadas dão impressionantes duas horas de carro. Isso me incomoda profundamente.

Existem linhas de ônibus que me levariam de muito perto de casa para muito perto do trabalho. Nesse ponto não há do que reclamar, as linhas existem. O que não existe é organização e respeito à população que utiliza por necessidade esse meio de transporte.

Pra não ficar descrevendo muito: os ônibus não respeitam horários, estão cheios sempre, os veículos são precários, as pessoas não se respeitam lá dentro, o ambiente é sujo e sufocante nos dias quentes. A última vez que eu tive que pegar um ônibus foi a 6 anos atrás e situação parece que mudou muito pouco e me faz rejeitar qualquer mudança na minha rotina que vise adotar o trasporte coletivo para os meus deslocamentos.

Metrô então nem pensar. Rio Pequeno, Osasco e região não tem importância suficiente para trazer uma estação até aqui...resumindo, é muita "gente diferenciada". O alcance do metrô de São Paulo é uma piada  e  me irrita assistir os políticos se gabando das novas estações como se elas fossem um grande avanço quando na verdade são uma tentativa pífia de correr atrás de um século de atraso.

E por fim, vem a questão que me fez escrever esse post. A moda agora são as bicicletas. Elas são simpáticas ao público porque são associadas a um estilo de vida saudável e a cidadãos que cansaram de perder horas no trânsito. Seria legal mesmo se não fosse trágico. Houve um aumento no número de ciclistas em São Paulo e há quem diga que o número de acidentes envolvendo eles caiu(Reportagem da Globo) porque os motoristas estão se adaptando à presença deles entre os carros. Porém semana passada uma ciclista morreu na Avenida Paulista mostrando a precariedade da infraestrutura para receber os ciclistas que são obrigados a circular entre os ônibus guiados por motoristas que não respeitam nem quem está dentro do coletivo e muito menos quem está do lado de fora. Assim, um absurdo começa a ganhar força: nossa segunda opção de transporte parece ser a bicicleta!!!E assim como as motocicletas invadiram o espaço entre os carros e se tornaram numa fábrica de jovens mortos e mutilados, as bicicletas começam a ganhar força nas estatísticas. E como no primeiro caso, o lobby das fabricantes tenderá a crescer até que não haja mais como voltar atrás e regularizar a situação de modo a minimizar mortos e feridos.

Ao que parece o governo não está disposto a gastar seu suado (sic) dinheirinho em investimentos tanto nos transportes coletivos como em infraestrutura para transportes alternativos como a bicicleta. E uma medida dessas tapa buraco foi a recente restrição de circulação de caminhões nas marginais nos horários de pico. O motorista burro pensa: "Que legal, peguei menos trânsito hoje. Viva o prefeito!! Fodam-se os caminhões". Já o motorista inteligente deveria pensar: " Mais uma vez o governo preferiu remediar do que prevenir, e mais uma vez eu que vou pagar a conta de anos de descaso!". E a conta já veio através de uma paralisação dos caminhoneiros que abastecem os postos de combustível da cidade. Com paralisação ou sem ela, fato é que abastecer a cidade ficará mais caro, logo a tendência é que São Paulo se torne uma cidade cada vez mais cara para se viver. Palmas para o nosso líderes!!





sábado, 3 de março de 2012

As embalagens mais incrivelmente criativas do mundo (26 fotos) | Frango Nerd

As embalagens mais incrivelmente criativas do mundo (26 fotos) | Frango Nerd:

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Isso é que é falta de timidez | Preguiça Alheia

Isso é que é falta de timidez | Preguiça Alheia:

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Os MEMES e a constatação: Estou ficando velho.

Se eu pudesse me definir nos moldes da sociedade retratada pelos filmes de Hollywood e que estão enraizados na nossa cultura eu diria que sou membro do grupo dos "Nerds". Apesar de a minha infância não ter sido passada à frente de videogames, os computadores sempre estiveram presentes na minha vida. Desde os primeiros PCs equipados com memórias ridiculamente pequenas para os dias de hoje muita coisa mudou e eu pude acompanhar todas as mudanças. Veio então a Internet que acelerou o já rápido processo de Update de tendências. 

A última(ou não) moda são o Memes. Essas carinhas que transmitem sentimentos em certas situações chegaram, viraram febre e eu não entendo muito bem a graça deles. Muito pior que não entender é não conseguir fazer o uso dessa ferramentas de humor. Por isso constatei, estou ficando velho. E vocês? O que acham?


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Comentário Rápido: 50 anos do embargo econômico a Cuba


Hoje completam 50 anos desde que os Estados Unidos impuseram um embargo econômico contra Cuba. Especiais nos jornais do Brasil destacaram a data e a situação atual vivida na ilha. É evidente que a questão dos direitos humanos em Cuba é polêmica há muitos desrespeito contra as liberdades individuais. Porém, eu acho engraçado muitos dos programas destacarem a situação precária em que vive a população cubana. Entre os problemas estão: transporte público lotado, racionamento de comida e sub-emprego. Só que qualquer um mais crítico sabe que o transporte público daqui é tão ruim, ou pior do que o de lá. Sim! Pior. Aqui paga-se uma fortuna para ter um transporte precário, lotado e pouco abrangente enquanto que lá paga-se centavos por uma passagem. O racionamento de comida é fruto de uma economia fragilizada por 50 anos de embargo econômico.  E o sub-emprego que também é tão presente no Brasil, um país "livre", só choca a mídia brasileira porque em Cuba economistas são garçonetes, advogados são cozinheiros e engenheiros são taxistas...vale lembrar que o analfabetismo foi praticamente erradicado em Cuba. Quem mesmo viola os direitos humanos?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O vilão da vez, as sacolinhas plásticas


A partir de amanhã, os supermercados em todo Estado de São Paulo não fornecerão mais sacolinhas plásticas nos seus caixas.

Os fins da medida são muito nobres à primeira vista. Entretanto ainda permanecem dúvidas da minha parte e que espero que alguém as esclareça.

Extinguir as sacolas plásticas não significará o fim delas, mas sim a transferência do problema de um nível para outro. Basicamente, os destinos da imensa maioria das sacolinhas plásticas são as lixeiras pequenas dos lares brasileiros e a extinção das mesmas só dificultará o que no fim das contas vai acontecer: as sacolinhas plásticas vão poluir nosso meio ambiente. Acho importante ressaltar que essa dificuldade no acesso às sacolinhas já faria ela valer muito a pena e de certa forma obriga a população a buscar um novo gerenciamento dos materiais. Entretanto, qual o impacto de uma política desse tipo que não vem acompanhada de ações efetivas das autoridades com relação à políticas de uso racional de recursos e gerenciamento de resíduos. Segundo alguns sites de ONGs e reportagens, o Brasil recicla pouco menos de 10% das 150 mil Toneladas de lixo que produz todo dia sendo que cerca de 1% do volume desse lixo é de sacolinhas plásticas (41milhões). Por conta do baixo valor das mesmas para reciclagem elas acabam entupindo os aterros e lixões do país. 

Portanto, o estado está tentando implantar uma medida que talvez afete 1% do volume do lixo produzido. É muito pouco. Entretando, há um ponto chave na questão: isso não vai custar nada pro governo. E vem com um bônus, o governo sai com fama de sustentável, preocupado com o meio ambiente e as futuras gerações. Por isso, se por um lado existe nobreza e consciência ambiental, por outro existe muita politicagem e falso ambientalismo só "pra ambientalista ver".

Há ainda um ponto muito levantado pelas pessoas que conheço com relação ao ônus do fim das sacolinhas. As redes de supermercado gostam de promover a falsa idéia de que as sacolas são uma cortesia do estabelecimento, mas já é bem sabido que o preço dessa "cortesia" é o consumidor quem paga. Assim como está claro que sacolinha não é cortesia, está claro também que não haverão descontos no dia em que teremos que levar nossas sacolas retornáveis, caixas de papelão ou o que seja. Além disso, existe a Eco-publicidade em que empresas divulgam uma cultura verde quando a realidade é bem diferente (felizmente não é unanimidade).

Quaisquer ações que racionalizem o uso dos recursos naturais são muito bem-vindas e devem prevalecer acima dos consumismos desenfreados e desnecessários que estão presentes na nossa sociedade. Entretanto é preciso ter cuidado para não acreditar que medidas polêmicas e controversas por parte do governo e da iniciativa privada são aquelas que demonstram consciência e preocupação ambiental.











sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

SOPA, PIPA, a Indústria do Entretenimento

Bom, antes de mais nada quero ressaltar que tenho poucas informações sobre toda a polêmica que envolve o SOPA - Stop Online Piracy Act  e o PIPA - PROTECT IP Act. Tudo que eu sei obtive da Wikipedia mesmo e desse videozinho do TED.com. Porém eu já pude refletir sobre algumas questões e chegar à algumas conclusões que certamente podem ser complementadas com os conhecimentos de vocês leitores.


A questão básica opõe a indústria do entretenimento tradicional e as modernas gigantes da internet, como Youtube, Google, Wikipedia, em torno dos direitos autorais. Para começar uma discussão é preciso ser repetitivo e dizer que a Internet mudou o mundo de um modo irreversível e isso se mostra cada vez mais real caso as leis anti-pirataria não sejam aprovadas. Digo isso porque a briga é com gigantes da indústria do entretenimento que tem grande influência($$$) no cenário político e vencer eles significa de certo ponto revolucionar o sistema.

Para que as pessoas continuem compartilhando/pirateando conteúdo protegido na internet acredito(confesso que sou um pouco leigo na matéria) que teríamos que rever a maneira com que nós lidamos com a propriedade intelectual. É mais ou menos assim, os países tem leis próprias e firmam acordos com outros países para proteger a propriedade intelectual, isto faz com que o compartilhamento de conteúdo, como é feito hoje, pode ser classificado como pirataria porque viola essas leis e tratados.

Muitos dizem que baixar um filme acaba afetando a geração de empregos das pessoas envolvidas na criação do tal conteúdo intelectual que pode ser um filme, jogo, etc. Sinceramente eu não tenho dados para comprovar o que eu conclui por isso deixo como sugestão para o leitor pensar a respeito.

Sempre que surge uma nova tecnologia dizem que empregos serão perdidos, e serão mesmo. Por outro lado, a demanda não se perde, mas se transfere. Eu penso que empregos perdidos na indústria do entretenimento serão ganhos nas empresas que gerenciam conteúdo eletrônico e nas novas maneiras de gerar entretenimento. É claro que a questão é muito mais ampla, mas eu vejo que esse argumento dos empregos é muito fraco. 
Por acaso enquanto escrevia esse post me chegou via Facebook o seguinte comunicado do site The Pirate Bay.(http://static.thepiratebay.org/legal/sopa.txt)

Alguns afirmam não ser justo uma pessoa criar um conteúdo intelectual com seu trabalho e aquilo se tornar público sem que o autor tenha a devida compensação. E realmente esta parece ser uma reivindicação justa e que pode ser respeitada com publicidade criativa. Novamente, eu lembro que a questão não é simples e exige discussão.

Do jeito que começei o texto eu vou termina-lo, inconclusivo. Entretanto ele valeu para fomentar a reflexão.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Boas vindas ao novo estagiário do blog

Fala pessoal!

Já tem um tempo que quero criar um (outro) blog pra falar das minhas coisas. Basicamente opiniões pessoais mesmo... como fui convidado pelo administrador do site, vou fazer um estágio aqui e ver se consigo manter uma rotina de postagens. Aí sim caminho com as próprias pernas.

Bom, como primeiro post vou voltar no tempo e postar um texto sincero (e resumido) que fiz poucos dias após a festa de formatura da minha turma. O texto também faz imaginar quem sou para aqueles que não me conhecem.

Valeu e grande abraço a todos!

"Pois é minha gente, no último sábado, dia 12/01/2008 aconteceu um dos maiores e melhores momentos (além de marcante, claro) de toda minha vida: a formatura da 44ª Turma do Curso de Química da UNESP de Araraquara.

Começo dizendo aqui sobre o que vivi de terça a sexta, dias que antecederam O Dia; confere roupa daqui, comprovante de pagamento de lá, corre atrás de vender convites que sobraram... loucura.

Não me lembro exatamente o dia agora, mas acho que foi na quinta que juntamos alguns de nossos amigos para um bom bate-papo no Galpão 8. O engraçado é que havia tantas mesas que acabei conversando somente com o pessoal que estava a minha volta, mas com certeza aquele dia valeu muito. O fumo que tomei do Zé e do Japa logo quando cheguei (claro que pus a culpa da demora na namorada – o que não deixa de ter muita verdade nisso) seguido do fumo do Tanabi por não avisar que iria bem antes pra Araraquara; as risadas com Renan e o bem humorado “bate-bola” com o Yuri sobre vários assuntos, além de combinado do jogo de sexta com o Pança e as discussões sobre contratações dos nossos times com Zé, Japa, Pança, Renan e Tanabi! Vale citar aqui a conversa que tive na madrugada anterior com Zé, em frente ao portão da Espanha 1515. Papo jogado fora, de pessoas que se falaram o dia todo e ainda tinham assunto pra madrugada toda... Acho que tais assuntos afloram do coração... Não vejo outra explicação. Papo que tinha com Murilo e Tanabi na época de República.

Outro momento que não poderia faltar foi a última bolinha do ano. Infelizmente não foi perfeita: porque não ocorreu na nossa “verdadeira casa” – o SAC. Talvez soe um pouco paradoxal pra quem não é da boleiragem, já que jogamos na quadra da Química, mas quem jogou por quase 3 longos anos (com direito até a pré-temporada e disputas acirradas entre as 3 maiores Repúblicas de todos os tempos) sabe que o SAC é a verdadeira casa desses 3 times. Ou melhor: o SAC é a verdadeira República desses times. Também porque jogamos desfalcados de Murilo, o camisa 83 (ou 11 ou 6) da Granja do Torto, Bolota (porque não tínhamos coletes) da Aroeira e o Trio de Ferro Goiano, Mineiro e Testa, da Espanha 1515. Pelo menos pude matar a saudades das divididas que tinha com o Tanabi quando jogávamos contra.

Enfim chega o grande dia. O dia em que 7 horas da manhã estava com uma sensação mais que estranha. Tento descrever dizendo que estava tranqüilo, mas lá no subconsciente estava muito ansioso, a ponto de desejar que aquele sábado acabasse logo. Ainda bem que não aconteceu.

Meus familiares atrasaram para a colação, que também atrasou. Na hora de entrar estava tão nervoso que só consegui me acalmar um pouco quando pensei que estava entrando em campo (impressionante o vicio com futebol, não?). Para ajudar, Murilo que estava bem ao meu lado gritou: “Lá vai Galo, o camisa 10, ele vai entrar!!!”. Caramba, aquilo até me empolgou!!!

Atraso também no baile, mas um atraso elegante: meia noite. Lembro-me de cumprimentar todos meus amigos em suas mesas. Tomei alguma coisa e fui buscar o meu presente “YinYang”: o litro de Red Label – Jhonnie Walker. Fora o presente de formatura que ganhei do Átila: Um licor de marula e dois energéticos. Ai foi o caos!!! Com direito a dança, abraços, beijos, choros, subida no palco e puxada do hino da Química e promessas envolveram o restante do baile.

Não me lembro exatamente o que disse ou o que escutei. Impossível qualquer um dentro daquele salão lembrar tudo 100%, ainda mais com boa quantidade de Whisky na cabeça, mas lembro das emoções, de algumas frases, de abraços e beijos dos amigos, dos selinhos na minha mãe e irmã, nas palavras de agradecimentos proferidas por e para mim e principalmente de ter aproveitado até o final, com toda a força e vontade e suporte de cada um de vocês que fizeram e fazem parte dessa minha vida.

Jamais esquecerei que meu pai, muito emocionado, me disse que sentia muito orgulho de mim, minha mãe com lágrima nos olhos dizendo que torcia por mim e que eu havia conseguido, meu primo Daniel se (e me) perguntando o que faria sem mim neste ano que estarai fora, meu primo Átila dizendo que aquele dia era meu e que eu merecia demais, minha irmã dizendo que se espelha em mim, minha vó sentada ali e minha lembrança de que meu avô finalmente havia me visto com um diploma na mão pelos olhos dela, Murilo e Tanabi dizendo que somos esses irmãos pra sempre, que disse ao Amir que o pai dele estava presente e que eu gostaria de me sentir como o pai dele um pouquinho que fosse, que não tinha palavras pra expressar o quanto fiquei surpreso com a amizade que construí com Zé, ao Pança que sempre foi (por muito pouco) o meu preferido da Aroeira e que sempre me senti daquela Rep. também, do Zé-Murilo-Tanabi dizendo que minha mãe é a mãe deles também.

Passei tantos Natais, Viradas de Anos e aniversários, mas essa sem dúvida será a maior festa de toda a minha vida, porque será única. E se houvesse mais uma festa de formatura como essa com certeza ela não seria tão especial porque deixaria de ser única.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

BBB 12 - Brasileiros Brigando por Bobagens


Pra variar venho aqui falar um pouco da nova febre do Facebook (sempre ele!!!acho que vou fechar minha conta), os advogados e os críticos do reality show Big Brother Brasil que antes mesmo de começar já incitavam polêmicas campanhas pró e contra. Sob expectativas nunca antes criadas, visto que o Facebook é um fenômeno recente no Brasil, o BBB em sua 12a edição começou e em menos de 1 semana o que já dava o que falar honrou suas prévias fazendo bombar na internet o episódio de suposto estupro envolvendo os participantes Daniel e Monique, o primeiro foi expulso do programa num alegado "comportamento inadequado".

Esses são os fatos, agora vem a opinião.

Pra vocês que são fãs do BBB, assistam e sejam felizes, mas lembrem-se que de "reality" só mesmo a sua falta de produtividade e criatividade em ocupar seu tempo. Eu me encaixo nessa categoria, porém só assisto mesmo quando me sobra tempo e não perco a possibilidade de fazer outra coisa só para assistir quem será o "líder da semana".

Só não me venham com a ladainha de que o programa é uma oportunidade de observar o comportamento humano em grupo e que isso é fascinante. Esse argumento é típico de programas de fofoca que por sinal passam o ano inteiro adicionando merda nenhuma, e ninguém se revolta com isso. Quer estudar comportamento humano, vai estudar psicologia, antropologia ou então ler um livro sobre o assunto. O site do TED proporciona discussões inteligentes sobre diversos assuntos e pode ser assistido com a mesma facilidade que vocês vêem uma edição do BBB.

Garanto que você vai descobrir coisas muito mais fascinantes sobre o comportamento humano do que simplesmente concluir num resumo de 24 horas exibidos em 30 minutos de que fulano combina voto ou sicrano é manipulador. Falando em manipulador, você BBBezete, ao invés de pensar em quem combina voto na "Casa mais vigiada do Brasil" deveria se preocupar mais nos votos combinados na "Casa do Povo", mais conhecido como Congresso Nacional, as votações de lá sim fazem diferença na sua vida. 

Por outro lado, tem os que detestam o BBB e são engajados na causa. Alguns dos seus argumentos são os mesmos que eu citei acima, eles só se esquecem de que fazem parte do mesmo barco e dão a mesma audiência ao programa que eles tanto criticam. A audiência é negativa? A indústria publicitária e a Globo não estão nem aí e os patrocinadores podem até ir atrás de tirar uma casquinha de toda essa polêmica como mostrado em reportagem do Terra.

Com o episódio do suposto estupro esses caras caíram matando a emissora numa verdadeira cruzada da moral e dos bons costumes (sic). Primeiro, muitos dos que "foram às ruas" da grande rede são os mesmos que dizem não assistir essa baboseira de BBB e são os primeiros a fazerem pipocar vídeos e cartazes com cenas do alegado crime, digno daquelas fãs adolescentes de boy bands que postam clipes do novo álbum da banda, verdadeiras tietes. Estupro é um assunto realmente polêmico e que deve ser combatido. Mas e o turismo sexual que estupra meninas há décadas nesse país que pelas dimensões eu acredito ser o maior explorador de mulheres do mundo?Ah, esse aí não passa toda noite na TV. Segundo, enquanto essas pessoas buscam "decência na casa", tem gente que busca uma "casa decente" lá em São José dos Campos, mas não vale a pena protestar por eles porque não dá pra fazer piada nem usar memes...triste. 

Eu assisto, assisti e infelizmente, assistirei mais BBB, mas sempre ciente de que não é esse o entretenimento que eu quero pra minhas noites e nem é essa a causa que eu vou me engajar em combater.


Pinheirinho - A Nova Canudos?

Escrevo este post enquanto, neste exato momento, se cumpre um mandato de reintegração de posse de uma área de São José dos Campos que foi invadida e hoje é o lar de cerca de duas mil famílias. Quando vi a reportagem sobre a resistência dos moradores ante ao mandato de reintegração acreditei que as autoridades iriam chegar à uma solução que beneficiasse essas famílias. Entretanto, parece que há muitos interesses por trás da reintegração de posse da área e ao que parece veremos novamente uma Canudos moderna.

No blog Solidariedade à Pinheirinho um o leitor Ederson citou, sabiamente, um trecho de "Os Sertões" de Euclides da Cunha e que retratou o que foi a Guerra de Canudos:


“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento
completo. Expugnada palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, no 
entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro 
apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 
cinco mil soldados.”
Euclides da Cunha em "Os Sertões"


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Arte de Stephen Wildish

Stephen Wildish é um artista que criou o "The Friday Project" no qual ele cria pôsteres com mensagens cômicas. Um pouco do resultado você pode conferir aqui no FST, e se quiser conferir mais acesse o site do próprio artista clicando aqui. No alfabeto dos filmes das décadas vocês arriscam palpites. Vale lembrar que os nomes dos filmes estão em inglês.




quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

E começa tuuuuuuuudo outra vez!...
como dizia o saudoso Woody Woodpecker: "E lá vamos nós..."

Bom pelo menos o troll do Boni rendeu umas boas gargalhadas dessa mediocridade coletiva

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Feliz 2012



Direto de terras catarinenses!! Um Feliz 2012 para todos!! E lá vamos nós para mais um fim do mundo. Nos meus 25 anos esse já é o segundo fim de mundo, o primeiro foi no ano 2000...será que dessa vez vai?