segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Pedágios nas Estradas Brasileiras: Mais uma na Conta do Povo

Caros,

Uso o espaço cedido pelo meu amigo Mikhael para falar sobre as estradas e como o governo, tanto federal como estadual, abusa do poder de criar impostos.

É bem verdade que entre as 10 melhores estradas do Brasil, 9 são do estado de São Paulo e estão em praticamente perfeitas condições. Porém a média de valor dos pedágios são extremamente altas. Peguem como exemplo: saí da capital São Paulo rumo a Franca - aproximadamente 400 Km - e paguei a bagatela de pouco mais de R$ 64,00.

Como se já não bastasse o preço absurdo dos combustíveis - nem vou entrar no fato do Governo TENTAR CONVENCER a população a comprar etanol com uma propaganda RIDÍCULA ("""combustível completão""") ao invés de baixar o preço do produto que produzimos - ainda somos obrigados a pagar por transitar nas estradas.

Vejam bem: não sou contra empresas privadas cuidarem da estrutura das estradas, até porque se deixássemos na mão pública, seria um lixo. Porém, se nós pagamos impostos para TUDO nesse país, inclusive esse tipo de infra-estrutura, eu pergunto: por que temos que pagar pedágio?

Se o governo é incapaz de cuidar das estradas brasileiras, deve terceirizar a solução. Mas cobrar a população duas vezes pelo mesmo serviço, aí é demais.

Eu não entendo.

E como o povo brasileiro não sabe protestar, a vida continua...

domingo, 11 de novembro de 2012

Fernando Haddad - A "nova" cara do PT


Com 55,6% dos votos válidos, a capital paulista elegeu Fernando Haddad seu prefeito para os próximos 4 anos numa eleição que podemos dizer que foi (ou será) histórica. Contrariando as pesquisas realizadas no início da campanha, Haddad saiu praticamente do banco de reservas da política nacional para tornar-se o centro-avante de um partido que esperava-se sair enfraquecido com a iminente condenação de seus principais caciques no escândalo do mensalão. Porém, os ventos de Brasília pareceram não ter abalado a força do grande cacique barbudo que saiu  ileso de toda essa história e ainda por cima foi capaz de alavancar a campanha do que parece ser a nova cara do partido. Jovem e de origem não tão humilde como os políticos em geral gostam de se apoiar.

O novo prefeito tem 49 anos e nasceu na capital mesmo e, por coincidência, aniversaria com a cidade que irá liderar, 25 de Janeiro. Seu último cargo público foi o de Ministro da Educação num período conturbado de implantação do novo ENEM como mecanismo de ingresso nas universidades federais principalmente. Sua gestão foi marcada por problemas de vazamento do conteúdo das provas por empresas contratadas para fabrica-las.

Filho de imigrantes libaneses estudou no famoso (e caro) Colégio Bandeirantes ingressando posteriormente na Faculdade de Direito da USP onde iniciou seu ativismo político presidindo o Centro Acadêmico XI de Agosto. Já com grande influência dos ideais de esquerda que ainda existiam na época participou dos protestos das Diretas Já que culminaram com a decadência da ditadura militar.

Tornou-se mestre em economia e doutor em filosofia na USP com trabalhos relacionados às questões sociais. Tem formação muito influenciada pela Escola de Frankfurt que consiste de uma linha neo-marxista que busca adequar as idéias marxistas tradicionais à realidade e desenvolvimento capitalistas do século XX.

Tanto pela formação pessoal quanto acadêmica de Haddad, fica claro que o PT está mudando e se adaptando aos anseios da população que teme e rejeita quaisquer radicalismos ou barbudos mau-humorados, sejam eles de esquerda ou direita. Essa postura popular é histórica por parte dos brasileiros que reelegeram FHC e Lula e fica cada vez mais consolidada com os avanços econômicos das duas últimas décadas. Isso fica ainda mais evidente na locomotiva do Brasil que é São Paulo. É como se diz na terra do futebol: "Em time que está ganhando não se mexe".

Apesar da origem em classe média (alta) e currículo acadêmico, Haddad conseguiu ganhar os votos da periferia em que o PT costuma ter mais força exatamente por explorar a origem humilde do grande símbolo do partido, que é o ex-presidente Lula, e também onde os programas sociais da gestão petista terem maiores impactos.

Resta agora prevermos como será a relação do novo prefeito petista com o governo tucano que lidera o estado praticamente em piloto-automático a quase duas décadas. Em compensação, a parceria com o governo federal foi bastante citada durante a campanha e não deverá ser diferente durante a gestão de Fernando Haddad, resta saber como essa parceria irá se refletir em ações efetivas numa cidade-estado como São Paulo.

Haddad desponta agora como o plano maior do PT para a presidência da República nos próximos anos. Plano que já é executado pelos tucanos através do jovial senador Aécio Neves. Qualquer que seja o resultado da futura disputa, acredito que a política brasileira mudou drasticamente e está acompanhando as mudanças na estrutura social e econômica que demandam pensamentos e figuras novos no cenário.

Meu maior receio, porém, é que os alicerces culturais de corrupção e falta de ética acabem mantendo-se na política nacional.


Bom trabalho ao novo prefeito!