terça-feira, 9 de julho de 2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante


Não sei dizer ao certo o que Raul quis dizer quando escreveu que preferia ser uma metamorfose ambulante. Obviamente, os fãs mais entendidos sabem bem o que ele quis dizer. Alias, se você leitor é um desses fãs esclareça-nos abaixo o que é essa tal metamorfose.

Fato é que, hoje, lendo algumas postagens antigas vejo que esse tal Raul foi muito feliz quando escreveu esses versos que assumi como uma das diretrizes da minha curta vida nessa engenhoca atômica controlada por um tal de DNA.

O ano de 2011 foi particularmente movimentado na USP, talvez como uma prévia do viria a ser junho de 2013 no Brasil. 

A morte de um estudante de economia dentro do campus reviveu um debate antigo sobre a presença ou não da Polícia Militar dentro dos campi da universidade. O então (e atual) reitor decidiu firmar uma parceria entre a USP e a PM. Na época houve um incidente em que policiais abordaram alunos consumindo maconha e foram cercados por alunos e professores que protestavam contra a abordagem policial e pelos modos como ela é costumeiramente feita.

Na época escrevi um texto cujo título poderia ser usado hoje desde que o alvo das críticas fosse o Estado (PM, Reitoria, etc) e não a comunidade de estudantes e professores que protestaram naquela ocasião.

Lendo hoje esse post consigo imaginar o Datena repetindo as palavras escritas, apesar de manter a mesma opinião em alguns (pouquíssimos) pontos, no contexto geral vejo que fui um grande babaca... 

 "A Universidade e os canalhas" é aquela foto de adolescente cheio de espinha que eu não quero que ninguém veja, mas guardo só pra ver como melhorei com o passar dos anos. Ao contrário da foto, o texto não descreve uma melhora na aparência meramente estética de uma pele que hoje carrega no lugar da acne as marcas de expressão da idade e algumas daquelas mesmas espinhas de anos atrás, mas sim de uma melhora na maneira como encaro fatos para formar opiniões mais esclarecidas e condizentes com o que acredito e não com o que convém dizer ou acreditar. 

Espero que não leia esse texto daqui uns anos e discorde de tudo, de qualquer forma, como Raul disse antes por mim: Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.