segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O Rio Grande é meu país


Geralmente não venho comentar as tragédias tão rotineiras num país em que prevenir é mais rentável do que remediar. A corja de corruptos que nos governa e o povo prostrado que patrocina esse sistema suicida matam todos os dias milhares de brasileiros nas "fatalidades" da negligência crônica. 

Sei que não sou exímio escritor, e por isso, os momentos trágicos são como grandes vazios na cabeça de quem já tem pouco a adicionar. Sem falsas modéstias...

Entretanto, este fim de semana foi diferente. O trágico ocorrido na cidade com nome de santa me abalou bastante, e pela primeira vez, eu senti que poderia compartilhar e registrar alguma reflexão. 

Tenho 26 anos e saio com alguma (pouca) frequência para baladas e bares como a que ocorreu o incêndio e, sendo direto, eu me vi na terrível situação em que aquelas pessoas estiveram. Quando fui informado do acontecido, a primeira reação foi pensar o que eu teria feito e no impulso conclui: iria direto para algum dos banheiro. Sim! lá onde a maior parte dos corpos foi retirada seria a minha opção imediata. 

Eu creio que uma tragédia começa com a perda de "apenas" uma vida. Em Santa Maria, mais de 230 e vidas terminaram precocemente. 

Os gaúchos nos orgulham com seu apego às tradições, mas esta semana o famoso "tri" gaúcho só chegou até nós através da tristeza.

O Rio Grande é forte e vai superar essa perda...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Django Livre VS A Viagem


O embate que batiza este texto poderia,  respeitando a ordem dos fatores, ser traduzido em "linguagem UFC" da seguinte forma: Anderson Silva VS Mikhael Abe. Para aqueles que viram os dois filmes a comparação é simplesmente descabida, mas na prática ela foi a síntese do meu último fim de semana que começou na sexta-feira no Cinemark do Eldorado com o filme "A Viagem" (Cloud Atlas) e terminou, felizmente, no Domingo com "Django Livre" (Django Unchained).

"A Viagem" começa com confusos pedaços de histórias desconexas que ao longo do tempo parecem se encaixar formando uma linha do tempo em que "pequenos" atos do passado tem algum tipo de consequência no futuro. GENIAL, se não fosse batido. Filmes recentes como "21 Gramas" e "Babel" trouxeram esse enredo ao público e foram bastante elogiados conseguindo alcançar algumas indicações e prêmios. A novidade em A Viagem foi a questão temporal já que, se lida linearmente, a história começa no século XIX e termina num mundo futurístico (sei lá o ano).

Vistas individualmente, as 6 histórias dariam filmes medianos. Talvez uma boa comédia, duas boas ficções, dois bons dramas, um bom suspense... coisa de sessão da tarde ou um dia de chuva nas férias, e mais nada. A conexão das histórias é simples, sem segredo ou reflexão pra quem tem o mínimo das capacidades cognitivas. Há momentos do filme que parece que a conexão com o passado teve que ser plantada ali senão todo o enredo iria por água abaixo. O filme trouxe outro clichê colocando Hugo Weaving (Sr. Smith de "Matrix") como o vilão onipresente de todas as épocas.

A Viagem é piegas e óbvio até na doutrinação espiritual que tenta passar: reencarnações, vidas passadas e coincidências são mostradas o tempo todo, mas, na minha opinião, a cereja do bolo é a história de Sonmi, que poderia se chamar tranquilamente Sonmi Cristo. Uma tentativa de antever como vai ser o cristianismo 3.0. Pior que isso, só a maquiagem mesmo.

Já meu Domingo ainda não terminou. Isso porque um filme como "Django Livre" não é imediato pelo fato de não ser óbvio. Eu mereço uma segunda chance para conseguir explorar todo conteúdo carregado pelas palavras do Sr. King Schultz interpretado de maneira gloriosa por Christoph Waltz (O caçador de Judeus de "Bastardos Inglórios").

Quem vai ver o filme de Tarantino esperando aquele faroeste criativo regado a sangue no mínimo se surpreende com o enredo que traz as sutilezas e incoerências de uma sociedade racista como a do sudeste americano. Já o banho de sangue é certo e engana o espectador de sessão da tarde que se pode ser levado a achar o filme é vazio. O desenrolar desta obra de arte não precisa, efetivamente, ir e vir nas épocas pra ser universal e atemporal mostrando como pequenos atos no passado se desdobram em grandes consequências no futuro (presente).

Concluo de maneira clichê assim como o primeiro filme que descrevi dizendo: "Django Livre" foi a única viagem que fiz nesse fim de semana.



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Rap do exílio


Minha Vila tem ladeira,
lá em Sampa ela está.
Tanta moto barulhenta
Me faz sempre reclamar.

Nosso chão tem mais buraco
Só no meu jardim tem flores
É de quarta que tem feira
todas frutas incolores

Em cismar, sozinho, à noite
Mais prazer eu encontro lá
Minha Vila tem ladeira,
lá em Sampa ela está.

Minha vila tem horrores
Que tais só vejo eu cá
Em cismar, sozinho, à noite
Mais prazer eu encontro lá
Minha Vila tem ladeira,
lá em Sampa ela está.

Não permita TAM que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu sinta os temores
Que não encontro por cá
Mesmo que essa tal Vila
não exista mais por lá.



O SAC Paulistano


Sabe aquele buraco em que você passa todo dia e nunca vê tapado? E aquele poste de luz que está sempre piscando e, por vezes, apagado? E aquela calçada cheia de lixo?

Pois então, seus problemas acabaram......Chegou o Serviço de Atendimento ao Cidadão da Prefeitura de São Paulo!!

É claro que a solução para os problemas não será rápida como deveria ser, mas esse canal da prefeitura consegue ao menos dar previsões ou status das medidas que estão ou estarão sendo tomadas para resolver o problema. Parece incrível, ainda mais tratando-se de um serviço público daqueles tipos que não costumam dar respostas, porém quando uma reclamação é enviada, a resposta costuma chegar.

Nós brasileiros (e me incluo muito nisso) temos a mania de apontar e reclamar dos problemas que enfrentamos na nossa cidade. Entretanto, nós fazemos pouco, ou quase nada, para mudar, começando pelas eleições que recolocam 60% dos vereadores de volta na câmara.

"Xingar muito no twitter" não vai adiantar. Vá lá no SAC da Prefeitura e reivindique como um bom cidadão.