Em 1950, a celeste de Ghiggia calou nosso gigante.
Eles não tinham esse direito.
Se 1994 parecia distante demais, 1998 seria a esperada
repetição do bi de 58-62. Ao nosso lado tínhamos um fenômeno no auge. Zidane
e Les bleus me ensinaram que no futebol ter o melhor não
significa ser o melhor.
Eles não tinham
esse direito.
Em 2002 foi um alívio. Não teríamos que esperar longos 24
anos para ver o Brasil campeão. Ronaldo superou todas as adversidades que
enfrentou nos anos anteriores fazendo um campeonato impecável. Contudo, Oliver
Kahn e a "burrocrática" FIFA nos tiraram o título de melhor jogador
daquele ano.
Eles não tinham
esse direito.
Em 2006 tínhamos um time desinteressado de meiões
mal puxados.
Eles não tinham
esse direito.
Na África em 2010 tudo conspirava a nosso favor, exceto o
humor da dupla Dunga e Felipe Melo. Até então, éramos imbatíveis fora da
Europa.
Eles não tinham
esse direito.
Em 2014 não se fala de bola, mas sim de como nosso
governo aproveitou-se do nosso inato amor ao futebol para criar um monstro de
incopetência com a gestão de recursos públicos. O que era para ser nossa maior
paixão, agora alimenta nosso ódio.
Eles não tinham
esse direito.