segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Eles não tinham esse direito

Em 1950, a celeste de Ghiggia calou nosso gigante.

Eles não tinham esse direito.

Se 1994 parecia distante demais, 1998 seria a esperada repetição do bi de 58-62. Ao nosso lado tínhamos um fenômeno no auge. Zidane e Les bleus me ensinaram que no futebol ter o melhor não significa ser o melhor.

Eles não tinham esse direito.

Em 2002 foi um alívio. Não teríamos que esperar longos 24 anos para ver o Brasil campeão. Ronaldo superou todas as adversidades que enfrentou nos anos anteriores fazendo um campeonato impecável. Contudo, Oliver Kahn e a "burrocrática" FIFA nos tiraram o título de melhor jogador daquele ano.

Eles não tinham esse direito.

Em 2006 tínhamos um time desinteressado de meiões mal puxados.

Eles não tinham esse direito.

Na África em 2010 tudo conspirava a nosso favor, exceto o humor da dupla Dunga e Felipe Melo. Até então, éramos imbatíveis fora da Europa.

Eles não tinham esse direito.

Em 2014 não se fala de bola, mas sim de como nosso governo aproveitou-se do nosso inato amor ao futebol para criar um monstro de incopetência com a gestão de recursos públicos. O que era para ser nossa maior paixão, agora alimenta nosso ódio.

Eles não tinham esse direito.