quinta-feira, 6 de agosto de 2015

E depois?





Em outubro de 2014, após conhecido o resultado das eleições escrevi o post Bra vs. Sil sobre o resultado daquela histórica eleição projetando os possíveis desdobramentos da apertada vitória nas urnas na condução política do segundo mandato de Dilma Rousseff.


Menos de um ano depois, é possível afirmar que a crise política e econômica seguem numa crescente que pode culminar numa situação lamentável para a curta história democrática brasileira: um segundo impeachment presidencial motivado por denúncias e esquemas de corrupção que, a rigor, envolvem quase toda a classe política brasileira.
 
Martin Luther King afirmou em um de seus sermões: "Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa."
 
Questionar factóides e propagandas veladas deveria fazer parte do processo crítico pelo qual colhemos informações veiculadas nas mídias para formar uma opinião. É uma tremenda estupidez deixar de consultar veículos de informação ideologicamente antagônicos dividindo-os um como "o lado bom" e outro como "o lado ruim".
 
Uma abordagem maniqueísta só é capaz de formar uma opinião pública replicadora de ideologias sem a capacidade de enxergar outro lado, sem capacidade de negociar, sem a capacidade de dialogar e por fim, para desgraça da espécie que leva a sapiência no nome, sem a capacidade de raciocinar. Num cenário desses somos um rebanho seguindo os que têm um bom palanque pra disseminar extremismos recheados de ódio.
 
Como é típico deste tipo de discurso ideológico e/ou (falso)moralista, falta razão e sobra emoção. O têmpero da recessão econômica (que é causa e consequência) completa as lacunas que faltaram em outras oportunidades e engrossam o coro ao redor daqueles que fazem a política do quanto pior, melhor. E assim, a queda da presidente vai se consolidando como a única e melhor saída para uma crise que se agrava pelo esforço de autopreservação de figuras deploráveis como Eduardo Cunha que foi seguido por partidos  (PDT e PTB) da base aliada que romperam com o governo pelo bem dos trabalhadores(sic).  Dizem que os ratos são os primeiros a abandonar um navio indo a pique.
 
Nos últimos dias a figura do vice presidente Michel Temer destacou-se pelo discurso clamando a união e que foi apoiado por representantes do setor produtivo. O que parece ser uma reação em defesa da isolada presidente, na verdade pode significar o início de um processo de sucessão pra atender as angústias de rebanho em fúria. Mas e depois?
 
Quando o rodeio acaba só os palhaços permanecem na arena.