A discussão em torno da sexualidade das pessoas nunca esteve tão em alta nas discussões nos meios de comunicação e nas conversas das pessoas como hoje em dia. A Internet e as redes sociais (sempre elas) tornaram a pauta quase que onipresente em nossas vidas. Não mais como antigamente em que dizia-se, quase sempre com tom jocoso, que fulano era gay, beltrana era "sapatão". Hoje, o fulano é seu médico, amigo, irmão e a beltrana é sua vizinha, prima, mãe. E (quase) todos têm seus perfis no Facebook/Twitter e afins. Ambientes virtuais onde a normalidade de suas vidas e hábitos reais refletem a mediocridade de teses que tentem trata-las sem equidade de direitos e, pior, como doentes passíveis de cura.
No mundo, vemos o mau exemplo russo de que nem sempre a visibilidade de uma discussão tem um desfecho racional e óbvio esperado em democracias plenas. Uma lei cujas entrelinhas sussuram o cerceamento de direitos fundamentais ao mesmo tempo são um claro grito de ódio vindo de uma fração de pessoas que a história sempre provou estarem erradas e se arrependerem. Afinal de contas, nada mais cristão que o arrependimento.
No Brasil, temos a infelicidade de ter um homofóbico e racista presidindo a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Protestos marcaram as primeiras semanas de trabalho após a eleição desse homem para liderar a CDH. Porém, no país em que a maioria não tem direitos plenos, as minorias oprimidas ainda carecem de apoio midiático e político capazes de derrubar tamanha aberração. O que as vezes me preocupa é que tentam denegrir a imagem deste político insinuando uma possível homossexualidade, o que em si é um contrassenso.

Em uma reportagem da BBC sobre homossexualismo no futebol inglês, dois terços dos torcedores entrevistados afirmaram que se sentiriam confortáveis tendo algum jogador gay na equipe. Entretanto, apenas 2% deles acreditavam não haver jogadores homossexuais na liga profissional. Estes números mostram que o torcedor, de maneira geral, está ciente da realidade, mas um terço deles simplesmente não aceitaria um jogador gay na sua equipe. link
A atitude de Emerson dificilmente vai mudar a realidade no curto prazo, mas esse "selinho" pode estar selando o fim de anos de intolerância no futebol.