domingo, 14 de agosto de 2011

O Respeito está em extinção

Começo o post perguntando: Quantas vezes ao dia, você se sente RESPEITADO(A)? E quantas vezes ao dia você tem uma ATITUDE RESPEITOSA para com alguém ("para com" existe?) ?


Eu me perguntei isso e cheguei à conclusão de que o RESPEITO está em extinção. O tema é por vezes é considerado piegas, e se você acha o mesmo, então você é mais uma evidência do que parece ser o fim do respeito como dispositivo da boa convivência humana.

A vida numa cidade grande como São Paulo exige a sapiência inata de lidar com pessoas, seja nas relações casuais nos supermercados, cinema ou trânsito até as relações mais íntimas na nossa casa, trabalho ou faculdade. O inverso também se aplica, ou seja, todos os dias pessoas se relacionam conosco de alguma forma que nos imprime uma opinião positiva ou negativa dependendo da maneira como essa relação é conduzida. É exatamente aí que o respeito entra.

Alguns dias atrás eu estava voltando do almoço quando dei de frente a um senhor vindo no sentido contrário na estreita e judiada calçada. Não tive dúvidas senão parar e abrir espaço para o idoso continuar seu caminho sem ter que alterar sua rota e, para minha surpresa, o velho senhor de boina azul passou ao meu lado, pegou no meu ombro e disse: "Deus te abençoe meu filho". Essa atitude daquele senhor me fez refletir se houve tanta grandeza na minha postura ou o que houve foi uma rara demonstração de respeito e que por ser inesperada merecia ser louvada. Quantas vezes aquele senhor não deparou-se com alguém que não lhe deu a passagem e sequer notou a sua presença?

A impunidade é um problema crônico do Brasil, mas antes da punição existe o dolo que está muito ligado à maneira com que as pessoas se relacionam. O exemplo presente dessa relação é quando estamos no trânsito em estradas e inúmeros motoristas trafegam pelo acostamento para furar a fila. Outra situação que me deparo nas mesmas calçadas que deparei com o velhinho, as fezes de cachorro deixadas nas calçadas para que o tempo se encarregue de limpá-las. Todas essas situações passam antes pelo respeito que eu acredito estar se extinguindo nesse país.

Sinceramente eu gostaria de desenvolver mais a questão, mas acho que consegui chegar ao ponto que queria antes que o post ficasse muito passado. Eaí? O que vocês acham?


2 comentários:

  1. O post tá bom.
    E concordo que o respeito tá ameaçado de extinção, principalmente em metrópoles como São Paulo, outro dia eu tava meio inspirado e falei bom dia pra um estranho na rua, ele não respondeu e fez uma cara de "whaaat?!". Esse negócio de cumprimentar qualquer um na rua soa tão natural em cidades do interior.
    Porém vejo cenas que me animam, pessoas se respeitando, etc.
    E não sei se isso é uma coisa só minha, mas tenho reparado que os ônibus/espaços públicos em geral, andam menos vandalizados nesses últimos anos. Antigamente a coisa era bem feia. Pensar nisso me deu um ânimo. O pessoal tá melhorando, devagar, mas tá.

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  2. Bom tópico Mike. Acho que quando falamos de respeito passamos pelo lado cultural da coisa.
    Um exemplo é a forma com que lidamos com nossos pais. Nos dias de hoje é menos comum um adolescente ouvir um não e aceitar(ou fingir que aceitou e depois aprontar). Agora há argumentação e toda aquela discussão.
    Outro exemplo é a forma com que outros povos lidam com certas coisas. Eu via os coreanos sempre agradecendo por tudo, agradeciam o professor, agradeciam o motorista do onibus quando desciam.
    Isso pra eles é respeito. Pra maioria dos brasileiros é algo desnecessário. E não é que nós estamos errados por causa disso(estamos errados), é a nossa cultura hoje.
    Assim como para muitos cumprimentar estranhos é desnecessário e até estranho. É apenas questão cultural, nada que assuste.
    No entanto, quando vemos pessoas tratando as outras com desdém, pensando apenas no próprio umbigo, e não tratando os outros da forma com que gostaria de ser tratado, aí é que a coisa pega.
    Lembro de quando vi uma mulher parando na vaga de idoso, sendo que ela não devia ter nem 50 anos. Vejo meu pai voltando com dores por ter que ficar em pé no ônibus, sendo que ele já passou dos 60 anos. Enfim, são muitos os casos desse tipo.
    Acho que o título do seu blog já é o suficiente pra completar meu comentário. Está em extinção sim.

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