O embate que batiza este texto poderia, respeitando a ordem dos fatores, ser traduzido em "linguagem UFC" da seguinte forma: Anderson Silva VS Mikhael Abe. Para aqueles que viram os dois filmes a comparação é simplesmente descabida, mas na prática ela foi a síntese do meu último fim de semana que começou na sexta-feira no Cinemark do Eldorado com o filme "A Viagem" (Cloud Atlas) e terminou, felizmente, no Domingo com "Django Livre" (Django Unchained).
Vistas individualmente, as 6 histórias dariam filmes medianos. Talvez uma boa comédia, duas boas ficções, dois bons dramas, um bom suspense... coisa de sessão da tarde ou um dia de chuva nas férias, e mais nada. A conexão das histórias é simples, sem segredo ou reflexão pra quem tem o mínimo das capacidades cognitivas. Há momentos do filme que parece que a conexão com o passado teve que ser plantada ali senão todo o enredo iria por água abaixo. O filme trouxe outro clichê colocando Hugo Weaving (Sr. Smith de "Matrix") como o vilão onipresente de todas as épocas.
A Viagem é piegas e óbvio até na doutrinação espiritual que tenta passar: reencarnações, vidas passadas e coincidências são mostradas o tempo todo, mas, na minha opinião, a cereja do bolo é a história de Sonmi, que poderia se chamar tranquilamente Sonmi Cristo. Uma tentativa de antever como vai ser o cristianismo 3.0. Pior que isso, só a maquiagem mesmo.

Quem vai ver o filme de Tarantino esperando aquele faroeste criativo regado a sangue no mínimo se surpreende com o enredo que traz as sutilezas e incoerências de uma sociedade racista como a do sudeste americano. Já o banho de sangue é certo e engana o espectador de sessão da tarde que se pode ser levado a achar o filme é vazio. O desenrolar desta obra de arte não precisa, efetivamente, ir e vir nas épocas pra ser universal e atemporal mostrando como pequenos atos no passado se desdobram em grandes consequências no futuro (presente).
Concluo de maneira clichê assim como o primeiro filme que descrevi dizendo: "Django Livre" foi a única viagem que fiz nesse fim de semana.
Concluo de maneira clichê assim como o primeiro filme que descrevi dizendo: "Django Livre" foi a única viagem que fiz nesse fim de semana.
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