Essa quinta-feira 27 de outubro foi marcada pelo que parece ter sido o primeiro confronto entre alunos da USP e a Polícia Militar que desde a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva firmou uma parceria com a administração da universidade.
Segundo as agências de notícia, a confusão deu-se por conta de uma abordagem policial que culminou com a apreensão de maconha e a detenção dos alunos para registro de boletim de ocorrência. Entretanto ao que parece, este procedimento revoltou alunos e até docentes(?????) que entraram em confronto com os policiais ferindo alguns deles e depredando viaturas.
Já segundo os envolvidos os excessos partiram dos policiais. E por conta disso, foi decidido em assembléia convocada na hora que eles ocupariam o prédio da administração da FFLCH.
Os fatos são esses, tudo que vêm a seguir é a opinião de um aluno da universidade que já não aguenta mais as atitudes de um grupo que insiste em falar em nome de TODOS os estudantes quando só representa a opinião de POUQUÍSSIMOS.
Esses "CANALHAS" que se escondem sob o título de "ESTUDANTES DA USP" são um exemplo de que o sistema que eles criticam só beneficia eles mesmos.
Nos últimos anos, parece que passar na FUVEST ganhou o status de ser eleito deputado federal, afinal de contas em ambos os casos você tem direito a regalias às custas do povo que não recebe nada, absolutamente nada em troca. O contribuinte paulista investe em torno de 3 bilhões de reais na Universidade de São Paulo e espera que lá sejam formados os melhores pesquisadores e profissionais do país, ou seja, o povo espera que da universidade emane mais soluções do que problemas. Contudo, não é o que vêm acontecendo nos últimos anos.
Durante a ditadura militar, a universidade e os movimentos estudantis tiveram um papel muito importante de oposição àquele sistema em que a censura e a repressão cerceavam direitos fundamentais do homem. Desde então governo e movimentos estudantis se distanciaram mesmo com o fim da ditadura. E hoje 25 anos depois do fim da ditadura militar discutimos sobre a presença ou não da PM na Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira assombrado por heranças do período de um período que não pode ser esquecido, mas tem de ser superado.
Entretanto, essa herança ainda está presente na mentalidade desses canalhas que depredam patrimônio público em nome de uma causa que não existe mais. Eu costumo me referir a eles como viúvas da ditadura. Eles não viveram esse período, mas ainda são doutrinados por aquelas histórias de luta e resistência e buscam nas mesmas inspiração para tentar escrever suas próprias histórias. Uma imagem que ilustra essa busca pela aventura pessoal é o cara subindo em cima da viatura e posando para uma foto. Eu imagino esse cara se vangloriando na rodinha de amigos invasores que ele subira na viatura do mesmo jeito que os seus líderes ou doutrinadores(Docentes se incluem) fizeram num passado de repressão.
Esses canalhas, ao destruir patrimônio público e queimar a bandeira do Estado de São Paulo e do Brasil, que alias também é crime, simplesmente cospem na cara do povo que banca a duras custas a "Ilha dos Prazeres" que a universidade se tornou ao tolerar a presença de indivíduos com esta conduta. Porém como já adiantei, o sistema é benevolente com eles e provavelmente o "foro privilegiado universitário" não punira ninguém e não serão tomadas as medidas padrão para este tipo de ocorrido.
Nessa mesma semana, no Brás, camelôs protestavam contra o combate ao comércio ilegal na região. A diferença entre o protesto lá do da USP é que a reação da polícia foi muito diferente como vocês podem conferir aqui.
Por que, estudantes não podem ter o mesmo tratamento??? Porque a igualdade no Brasil ironicamente privilegia os canalhas que criticam o sistema. A minha esperança está em saber que a USP como vanguardista que sempre foi tem a força necessária para mudar essa situação começando pelo próprio quintal.