domingo, 3 de abril de 2011

Aliados antigos, EUA evitam criticar Bahrein

Monarquia bareinita reprime protestos com ajuda de tropas sauditas, mas Washington prefere preservar seus interesses e ignorar a violência no país

03 de abril de 2011 | 0h 00
Gustavo Chacra - O Estado de S.Paulo
Ao mesmo tempo em que participam das operações internacionais na Líbia e criticam abertamente a repressão contra manifestantes na Síria, o governo dos EUA evita se envolver nos levantes no Bahrein, onde dezenas de pessoas foram mortas pelas forças da monarquia Al-Khalifa, com o apoio de tropas sauditas.
O presidente Barack Obama não se manifestou oficialmente sobre os protestos. No Departamento de Estado, os porta-vozes tentam fugir do assunto, dando respostas genéricas. Organizações de direitos humanos no mundo árabe e no Bahrein lamentam a falta de atenção dada ao país.
"O governo do Bahrein deveria investigar urgentemente os assassinatos de pelo menos 18 pessoas mortas violentamente na repressão aos protestos que começaram no dia 14 de fevereiro. A maioria foi morta por uso excessivo de força", diz o relatório da Human Rights Watch.
Maryan Khawaja, do Centro de Direitos Humanos do Bahrein, afirma que "pessoas foram mortas por forças de segurança mesmo distante de protestos e algumas vítimas foram perseguidas até mesmo quando estavam sendo tratadas em hospitais". Também são relatadas prisões de jornalistas críticos do governo e restrições ao trabalho da imprensa na cobertura da crise.
Questionado sobre a prisão de dois blogueiros opositores, Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado, respondeu apenas que "a decisão do governo do Bahrein de prender os dois ativistas torna mais difícil o diálogo nacional".
Oficialmente, os EUA condenam a violência contra civis e manifestantes pacíficos e defendem uma "saída política". No entanto, em nenhum momento os americanos criticam abertamente a repressão do governo e de seus aliados sauditas, que entraram no país a convite da monarquia bareinita.
Mesmo no caso de regimes aliados, como o Egito de Hosni Mubarak, os EUA adotaram posições firmes quando a violência contra os opositores se intensificou. A diferença, desta vez, é em razão da importância estratégica do Bahrein, no centro da disputa entre Arábia Saudita e Irã.
A monarquia Al-Khalifa é sunita, que representa 30% da população nativa do país. Já os xiitas totalizam cerca de 70% e têm recebido ajuda indireta de Teerã. Além disso, a monarquia bareinita hospeda a 5ª Frota da Marinha americana, sendo fundamental para os interesses de Washington. A Casa Branca sempre mantiveram ótimas relações com o governo local e não quer colocar em risco sua presença militar. O Bahrein também tem importância na produção internacional de petróleo.

Policial morre após explosão de bomba

Um policial foi morto ontem após a explosão de uma bomba colocada debaixo de um carro na zona residencial da cidade de Omagh, na Irlanda do Norte. De acordo com a polícia, o explosivo é de um tipo utilizado normalmente por militantes separatistas do Exército Republicano Irlandês (IRA). Se confirmada a autoria do ataque, será o primeiro atentado do grupo desde que um policial foi baleado na cidade de Armagh, em março de 2009.
Gbagbo resiste a ataque final de forças rebeldes
Soldados leais ao presidente eleito de Costa do Marfim, Alassane Ouattara, encontraram ontem forte resistência de combatentes do presidente de facto, Laurent Gbagbo, na batalha final pelo controle da principal cidade do país, Abidjã. Houve confrontos nos arredores do palácio presidencial, na emissora estatal RTI e em bases militares. A Cruz Vermelha afirmou que pelo menos 800 pessoas foram mortas em combates em Duekoue, oeste do país.

Fonte: O Estado de São Paulo. 

2 comentários:

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  2. Estadão divulgando esta notícia? O mesmo que estadão que foi atrás do Sarney, que divulgou os gastos do Tiririca?
    Aquele que foi censurado, e quando reclamaram, teve gente apoiando a censura?
    Pois é, criticaram Estadão, criticam a Veja, vivem tentando censurar, mas as boas notícias estão sempre aí(ou então na Folha de São Paulo). Já aqueles jornaizinhos distribuídos em frente a FFLCH...

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