quarta-feira, 30 de março de 2011

Muammar K(h)/G/Q/ad(d)(h)af(f)i

Nas últimas semanas temos acompanhado uma série de levantes populares no mundo árabe, especialmente no Norte da África. A onda de protestos teve início na Tunísia com a Revolução de Jasmim que derrubou o ditador Zine el-Abidine, no poder desde 1987. Este foi o estopim para levantes em todo mundo árabe e que compartilham do cenário de miséria guiados por ditaduras ou monarquias corruptas. Confira a cronologia desses fatos através desse link muito legal da versão online do jornal inglês Guardian.

A bola da vez é a Líbia. Conhecida antes das revoltas por Grande República Socialista Popular Árabe da Líbia, este país é governado desde 1969 pelo ditador Muammar Kaddafi*.

A história de Kaddafi começa em 1942. Nascido em circunstâncias folclóricas, visto que pouco se sabe e muito se inventa a respeito, o que se sabe realmente é que um dos ditadores há mais tempo no poder nasceu numa tenda no deserto, nos arredores da cidade de Sirt, Líbia. Oriundo de uma família de Beduínos, freqüentou a Universidade da Líbia onde se graduou em 1963. Em 1965, ingressou na carreira militar até que em 1969, apoiado por oficiais do exército Kaddafi liderou um golpe que derrubou a monarquia do Rei Idris I.

Influenciado por muitas correntes ideológicas tais como Nacionalismo Árabe e até mesmo Socialismo, este habilidoso estrategista expulsou os estrangeiros do território Líbio e implantou a lei islâmica (Sharia). Foi um dos principais líderes do movimento de negação ao Estado de Israel.


Entretanto, Kaddafi ficou mais conhecido por suas extravagâncias. Seu governo patrocinou organizações terroristas ao redor do mundo, incluindo Panteras Negras e IRA. O caso mais famoso do envolvimento de Kaddafi com o terrorismo culminou com um atentado contra um avião em 1988 sobre Lockerbie, Escócia. Este atentado resultou em sanções econômicas e militares que perduraram até 2003. Na foto abaixo vemos uma mostra da aproximação do regime de Kaddafi com o Ocidente na ocasião da 64a Assembléia Geral da ONU em que o ditador compareceu e fez um discurso duro contra a organização, principalmente o Conselho de Segurança.


Kaddafi adotou nos últimos anos uma postura moderada e sua imagem de ditador cruel passou para a líder excêntrico. Entre as excentricidades estão as cerca de 40 belas guarda-costas pessoais com as quais o ditador pode contar, a Guarda Amazona(foto à esquerda).







Outra peculiaridade de Kaddafi é o fato dele não se hospedar em hotéis, embaixadas ou residência oficial quando viaja. Ele prefere levar tendas da Líbia e monta-las para onde quer que ele vá. Ele inclusive leva camelos nessas viagens. Ainda há rumores que o ditador tem certo medo de viagens de avião também (medo de atentado?).

Nas últimas semanas temos acompanhado notícias sobre os levantes populares que exigem o fim do governo Kaddafi. O que era uma manifestação tornou-se uma guerra civil em que as potências européias e Estados Unidos resolveram intervir a favor dos rebeldes numa ação militar, como o Felipe já nos alertou, bastante questionável. O resultado deste conflito é imprevisível, mas Kaddafi já é um personagem que ficara marcado na história mundial.

*Kaddafi foi a grafia que eu escolhi dentre a miscelânea de grafias possíveis para este nome.

Um comentário:

  1. Hehe... legal o título do post. Sobre isso, tem 2 matérias, que falam basicamente a mesma coisa (G1 e Folha)... cada um dos dois veículos adota uma grafia diferente.

    G1: http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2011/02/entenda-variacoes-de-fonetica-e-grafia-do-nome-do-ditador-da-libia.html

    Folha: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/880419-nome-de-ditador-libio-pode-ser-escrito-de-dezenas-de-formas.shtml

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