terça-feira, 21 de junho de 2011

A importância de ter opinião

Lá pelos idos de 2002 e 2003, blogar era apenas criar ou reunir coisas engraçadas que chamassem a atenção dos meus colegas de escola. Até certo ponto eu tive êxito naquilo que era um divertimento que perdura até hoje. Contudo, eu não sou mais o adolescente de 16 anos, mas sou o homem de 24. Além da constatação saudosista óbvia, essa constatação implica em mudanças que julgo importantíssimas. 


Quando leio o blog em que escrevo hoje, vejo que as mudanças são gritantes. A redação continua massante para os leitores(poucos), mas o conteúdo começa a chamar a atenção pelo seu teor, mais denso. Indo direto ao ponto, hoje eu percebo que tenho opinião.


Ter opinião é mais do que reproduzir conteúdo absorvido, mas é também ter o discernimento e visão crítica capazes de filtrar o conhecimento separando opiniões dos fatos. A incorporação de opinião é inerente ao ato de escrever e cabe ao leitor captar os elementos-chave da informação transmitida construindo a sua própria opinião que pode, inclusive, ser consonante com a do autor. É exatamente nesse ponto que eu vejo que houve a ruptura do que eu sou e do que eu era. Antes era muito fácil ler e ouvir informações aceitando-as sem pestanejar, resultado de imaturidade.



 Eu lembro bem de ter orgulho de me considerar socialista por tudo que a União Soviética fora e por tudo que os Estados Unidos significavam. Hoje eu tenho certeza de que nem sabia o que é "ser socialista" simplesmente porque o socialismo, como foi idealizado, sequer foi implantado. Além disso, meus parcos conhecimentos não eram (e não são) tão profundos para me darem certeza em afirmar que sou socialista. O que minha maturidade permite afirmar é que defendo tratamento igualitário em todos os níveis da organização humana. Isso é ser socialista? Francamente não sei. Engraçado isso. Hoje, mais experiente e crítico eu chego a conclusão de que, sobre orientação política, não sei que sistema me agrada mais.


Nessa de falar sobre política eu fugi um pouco do assunto. Apesar disso, para voltar à linha de raciocínio, eu tenho que continuar na política porque, junto de futebol e religião, é um assunto que causa polêmica e exige posicionamentos claros. Quando entrei na universidade, eu acreditava em tudo que passava na Globo, tudo que lia na Veja e no Estadão e tudo que ouvia dos professores de História e Geografia. Hoje eu ainda assisto Globo, mas sei que como empresa ela tem seus interesses e interessados que de alguma maneira guiarão seus posicionamentos sem que isso prejudique seu conteúdo em 100% das vezes. Leio (menos) Veja e (mais) Estadão sabendo que esses veículos de comunicação também estão ligados a interesses que nem sempre são os mesmos da maioria mas que são contrabalanceados por outros veículos disponíveis que contrapõe os posicionamentos dos primeiros cabendo a nós colocar os pontos na balança para decidir. Finalmente, meu professor de História e Geografia se tornaram eu mesmo. Opiniões de estudiosos e especialistas são importantes, mas bem como a imprensa, pessoas são tendenciosas(no sentido bom da palavra) exigindo que nos posicionemos de acordo com o que realmente acreditamos.

Portanto, eu acredito que ter uma opinião ou buscar constui-la é resultado de uma enorme maturidade cultural e social. Ela definirá se você simplesmente vai seguir o rebanho para o precipício sem questionar ou então será o guia das próprias ações. Dizem que: "Em terra de cego quem tem olho é rei". Fazendo uma releitura, "Em terra de ignorância quem tem opinião não é plebeu". 

Um comentário:

  1. O post foi bom, pena que nem todo mundo pensa assim. As pessoas só sabem absorver um lado da história e passam a acreditar nele como se fossem as donas da verdade, não ouvem os outros e não se abrem para debates. Quando se abrem tratam tudo que você diz como inverdades ou nem refletem sobre as opiniões diferentes.
    O que é uma falha, pois as opiniões diferentes é que deveriam fortalecer seu ponto de vista.
    As pessoas devem estar abertas a ouvir explicações dos que forem contrários para assim construir a própria crença.

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